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Artigo de Opinião

18/09/2024 08:00

No passado dia 1 de julho iniciou-se uma nova era no transporte público de passageiros na Região – um projeto que, como tem sido referido, será executado de forma gradual, e que visa dotar a Região de transportes públicos de “nível europeu”, incrementando a mobilidade da população, com melhores condições de conforto, segurança e a preços acessíveis.

Neste âmbito, torna-se necessário proceder à emissão dos novos cartões GIRO, para que até ao final do ano todos os utilizadores tenham o seu novo cartão, para utilização a partir de 1 de janeiro de 2025, marcando assim o arranque de uma nova fase deste processo.

Assim, depois da substituição dos passes pagos e dos passes para estudantes, arrancou no início deste mês o processo de substituição dos passes para os utilizadores com mais de 65 anos (“Passe Social + 65”), e que decorrerá até ao início de novembro para que o processo seja feito de forma gradual e sem sobressaltos.

Atendendo ao universo de beneficiários – na ordem dos 40 mil –, foi solicitada a colaboração das Casas do Povo, dada a proximidade destas instituições com esta faixa etária, tendo a ACAPORAMA e a ADRAMA respondido afirmativamente a este repto desde a primeira hora. Como corolário, 38 das 42 Casas do Povo da Ilha da Madeira (cerca de 90%!) aderiram voluntariamente a esta parceria de serviço público, sendo que as demais não o fizeram apenas porque não dispõem de recursos humanos para levar a cabo esta tarefa.

Esta adesão merece o nosso reconhecimento público, ainda mais quando sabemos que esta tarefa, embora limitada no tempo, exige um esforço suplementar às Casas do Povo e aos seus colaboradores, já que é acumulada com as demais atividades do dia-a-dia.

Esperemos que esta parceria seja também benéfica para as Casas do Povo, nomeadamente permitindo dar a conhecer as suas múltiplas atividades, sendo certo que fica comprovado o importante papel que estas instituições têm hoje na nossa sociedade.

A odisseia para nascer em Portugal

É reconhecido o problema que temos em Portugal – e na Europa, já agora –, com a continuada quebra da taxa de natalidade, com o número de nascimentos a ser inferior aos óbitos. Como resultado, temos hoje problemas de sustentabilidade da segurança social, o serviço público de saúde não consegue dar resposta às crescentes necessidades de uma população cada vez mais envelhecida e o mercado de trabalho “agonia” com a falta de mão-de-obra, apenas suprido graças aos fluxos migratórios.

Não sendo este um problema exclusivo de Portugal, os dados evidenciam que a situação é mais grave no nosso país comparativamente à maior parte dos nossos parceiros da UE, a que não será alheio as dificuldades económicas que os jovens casais enfrentam, e que hoje não são ignoradas quando é tomada a opção de constituir família.

Sendo este reconhecidamente um problema grave, que tem levado à implementação dos mais variados incentivos à natalidade, é com estupefação que tenho assistido à novela em torno dos serviços de urgência de obstetrícia, visto tratar-se “tão-só” do elemento central (e básico) de todo o processo. Ainda bem que (quase) nenhuma futura mãe pensa nisso quando planeia ter um filho, já que se o fizesse corríamos o risco de ter ainda menos nascimentos em Portugal. Esta circunstância, porém, não deve levar a que se deixe passar mais tempo para resolver em definitivo este problema, que chega a ser vergonhoso.

Valha-nos que a nossa autonomia nos permite gerir o nosso próprio sistema de saúde e assim escapar a este caos!

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