Com muita esperança e motivação à mistura, mas, também, com a tristeza de ter deixado uma vida de esforço para trás, numa decisão sempre difícil, ainda que com a convicção de empreender nesta que é a nossa terra, a nossa casa, a nossa Madeira.

Um regresso felizmente acautelado e bem trabalhado, em matéria de integração, por parte do Governo Regional liderado pelo presidente Dr. Miguel Albuquerque, que desde a primeira hora assumiu a responsabilidade da Madeira acolher os seus concidadãos, aqueles que levaram consigo a Madeira no coração e que, mesmo crescendo fora da pérola do Atlântico, mantiveram, sempre, o sentimento autonomista e regionalista nas suas veias. Agora, são eles que precisam da Madeira e de todos nós, tal como a nossa Região precisou da sua Diáspora durante várias décadas e precisa sempre. Este Governo sabia que não podia falhar e que tinha de garantir um tratamento justo, de igualdade, fazendo-nos sentir como madeirenses de pleno direito que somos.

O Governo Regional reforçou o ensino de Português para acolher os mais de dois mil e duzentos alunos que entraram nas escolas da nossa Região, assim como reforçou os cuidados de saúde para responder aos mais de dez mil utentes inscritos no Serviço Regional de Saúde e assegurou acompanhamento, através dos serviços da Segurança Social, a todas as pessoas que precisavam de apoio e que tinham de ser mesmo atendidas e acompanhadas urgentemente.

Um trabalho impecável e exemplar desde o primeiro momento, concretizado graças a todos aqueles que tiveram responsabilidades diretas na área das Comunidades, que muito tem contribuído com sessões de esclarecimento que chegaram a milhares de pessoas espalhadas pela nossa Região.

Por isso é que temos, entre nós, uma integração bem trabalhada e bem-sucedida, fruto da visão e das políticas acertadas do Governo Regional que, também aqui, assumiu todas as responsabilidades, não contando com o apoio do Governo da República.

Um Governo da República que preferiu assobiar para o lado nesta matéria, que prometeu ajudar os portugueses da Venezuela que queriam regressar, mas, na prática, nada fez. Um Governo que falhou nos seus apoios e do qual, ainda hoje, continuamos à espera de reforços na segurança social e na saúde que nunca aconteceram, reforços esses que se comprometeram em dois Orçamentos do Estado, mas que, pelos vistos, continuam fechados numa gaveta de um centralista qualquer.

No dia 21 de setembro, tivemos, na Assembleia Legislativa da Madeira, a visita do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que começou o seu discurso elogiando o bom acolhimento que tem tido a Madeira com todos aqueles que regressaram da Venezuela.

Lembrou-se da altura em que era ministro dos Negócios Estrangeiros e quando reunia com o Governo Regional, na pessoa do Dr. Sérgio Marques, para falar deste regresso de milhares de portugueses que viviam na Venezuela e que tinham como destino a Madeira, mas é preciso relembrar ao senhor presidente do Parlamento nacional que, na altura em que era ministro, foi criado o programa "Regressar" que deixou de fora as Regiões Autónomas.

É importante que não esqueça que ele também é responsável pela discriminação que temos sofrido por parte dos Governos da geringonça e da maioria absoluta socialista. É preciso que não esqueça que esta integração foi trabalhada e não foi por acaso, que é resultado da determinação e das boas políticas de um Governo Regional que vemos hoje uma Madeira que sabe acolher, que demonstrou nos momentos mais difíceis dar uma mão amiga e que contou com o povo da Madeira para abrir os braços e ajudar a quem mais precisava.

Não precisamos de discursos bonitos, precisamos é que cumpram com a Madeira e com aqueles que queram regressar, basta de conversa.