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Artigo de Opinião

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6/11/2024 08:00

Recentemente, aconteceram as eleições para a Câmara de São Paulo, isto é, é para Prefeito de São Paulo. Ricardo Nunes ganhou as eleições, mas o que se destacou nesta eleição, em especial na primeira volta foi o Pablo Marçal e Tabata Amaral.

Pablo Marçal é um influenciador digital e foi candidato pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, que utilizou as redes sociais como nunca ninguém viu até ao momento na política, conseguindo alcançar um grande engajamento e popularidade. Mas pior que isso, aconteceu algo inédito, que acredito em toda a política mundial, além da Justiça Eleitoral, a CNE no Brasil, suspendeu todas as suas contas e ele voltava a abrir. Após queixa de adversários, ele teve as suas contas suspensas. Para a nossa realidade seria algo que surpreende.

Mas uma das inovações da CNE lá do sítio foi existir direitos de resposta de outros candidatos nos perfis do Pablo Marçal. Cá em Portugal ainda não temos essa figura, alguém já imaginou o que era ver o Montenegro a responder a algo no perfil do Ventura, ou o Pedro Nuno Santos?

Pode ser algo inovador e acredito que a nossa legislação caminhará para algo nesse sentido.

Já Tabata Amaral candidata pelo Partido Socialista Brasileiro, apesar de ter feito em parte uma candidatura tradicional, utilizou vídeos e as redes sociais de uma forma assertiva e num estilo muito diferente do estilo português e conseguiu viralizar alguns vídeos, nomeadamente em resposta a Marçal.

A política portuguesa ainda está distante de campanhas como a Pablo Marçal ou até da Tabata, mas Carlos Moedas começa a conseguir um engajamento interessante nas redes sociais, em especial nos pequenos vídeos que o faz no TikTok.

A verdade é que os meios de comunicação tradicional, que antes tinham a exclusividade de transmitir as mensagens, começam a deixar de ter esse exclusivo. Há até pessoas que preferem procurar as informações, ver nas redes sociais. Não sou eu que o digo, mas sim o Digital News Report de 2023, do Instituto Reuters, que indica que mais de 40% dos entrevistdos de vários países usam as redes sociais como fontes principais de notícias, enquanto os meios tradicionais continuam a diminuir. Ainda é complementado que a interatividade com que o político pode ter com o eleitor, de um para um, ao contrário de um para muitos como acontecia. E nota-se que cada pessoa parece confiar mais numa notícia partilhada por alguém em quem confia, como um amigo.

Voltemos a Pablo Marçal que num dos debates levou com uma cadeirada de Datena, que foi controverso e não teve pejo em lançar diversas injúrias aos outros candidatos. Pablo Marçal teve 1 719 274 votos, ficando a cerca de 50 000 votos de passar 2.º turno, como se diz no Brasil (a 2ª. volta). Manteve, todavia, uma participação ativa no 2.º turno, não só pedindo debates com quem passou e até os confrontando, contudo, embora de forma muito condicionada, disse que apoiaria Ricardo Nunes se o mesmo fizesse um pedido de desculpas ao povo.

O certo de que as eleições foram no início de outubro e Pablo Marçal parece preparar as presidências brasileiras para 2026.

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