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Artigo de Opinião

Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira

23/11/2023 08:00

Este dia simboliza não apenas a solidariedade, mas também a necessidade de consciencialização. A violência contra a mulher não se manifesta apenas através da agressão física; abrange diversas formas, desde a violência psicológica até a económica. É um fenómeno multifacetado que permeia todos os estratos da sociedade.

O nosso país, tem feito grandes avanços legislativos no sentido de proteger as vítimas, porém, existem diversos desafios constantes. Um deles está relacionado com a complexidade do momento da denúncia de casos de violência. Na maior parte dos casos, as mulheres não se sentem preparadas ou protegidas; desconhecem os seus direitos e os mecanismos aos quais podem recorrer para garantir a proteção dos mesmos; ou, enfrentam diversos obstáculos relacionados com o medo, estigma ou falta de recursos. Por este motivo, é importante sensibilizar a sociedade em geral e as autoridades para criarem um ambiente onde as vítimas sintam-se apoiadas e encorajadas a denunciar e a procurar ajuda e proteção.

Além disso, é essencial abordar as raízes culturais e sociais que sustentam a violência de género. A educação, como sempre, desempenha um papel crucial na mudança de mentalidades e comportamentos. Uma boa medida, passa pela inclusão da temática do respeito mútuo, igualdade de género e consentimento desde cedo nas escolas, de forma a criar uma cultura de respeito e compreensão.

As Organizações não governamentais e, inclusive, os grupos ativistas desempenham um papel importante na sensibilização, fornecendo apoio às vítimas e pressionando por mudanças sociais e políticas. A colaboração entre governo, sociedade civil e setor privado é crucial para criar estratégias abrangentes de combate à violência de gênero.

Ao refletirmos sobre o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, é imperativo que cada um de nós se comprometa a ser parte da solução. Isso envolve não apenas repudiar atos de violência quando testemunhados, mas também promover uma cultura de respeito e igualdade em todos os aspetos da vida quotidiana.

Em última análise, a eliminação da violência contra a mulher exige uma abordagem abrangente que vai além de leis e regulamentos e que requer uma mudança profunda nas atitudes e crenças enraizadas na sociedade. Somente com a colaboração de todos os setores da sociedade, podemos aspirar um futuro onde o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher seja uma celebração do progresso alcançado, em vez de um lembrete das batalhas que ainda temos pela frente.

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