Em Janeiro de 2021 neste mesmo espaço abordei a importância dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no pós-pandemia, objetivos esses conhecidos em inglês pela sigla "SDGs" ou "Sustainable Development Goals". Dois anos volvidos, muitas têm sido as medidas de política do Governo Regional, os apoios financeiros, a mobilização de profissionais, da sociedade civil, bem como as parcerias entre entidades públicas e privadas. Também a divulgação de vários dados regionais e nacionais, e até mesmo de alguns indicadores europeus permitiram identificar eventuais progressos e até mesmo analisar a eficácia de tais políticas, que deverão ter sempre por objetivo último "não deixar ninguém para trás", ambição essa acente em cinco grandes domínios: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias.

Recordo que a "Agenda 2030" das Nações Unidas contempla 17 objetivos e 169 metas, a serem atingidos até 2030, objetivos e metas essas que também se aplicam à Madeira, necessitando pois do comprometimento de todos, cidadãos, entidades públicas, sociais e entidades privadas. Tais objetivos contemplam (1) a erradicação da pobreza; (2) a erradicação da fome; (3) o acesso a cuidados de saúde de qualidade; (4) o acesso à educação; (5) a promoção da igualdade de género; (6) o acesso à água potável e ao saneamento; (7) o acesso a fontes de energia sustentáveis a preços acessíveis; (8) o trabalho digno e o crescimento económico; (9) a inovação e a industrialização sustentável; (10) a redução das desigualdades; (11) tornar as cidades mais inclusivas e sustentáveis; (12) garantir padrões de consumo e produção mais sustentáveis; (13) combater as alterações climáticas e os seus impactos; (14) promover a sustentabilidade dos oceanos e seus os recursos marinhos; (15) proteger os ecossistemas terrestres; (16) promover a paz, a justiça e a transparência no acesso às instituições; e (17) fortalecer as parcerias e a mobilização de recursos para alcançar os objetivos da Agenda 2030.

Antes de me focar na RAM e na "localização", ou por outras palavras, na adaptação para a realidade da Madeira dos 17 SDGs que descrevi anteriormente, importa situar o leitor onde Portugal se encontra no "SDG Index" do mais recente relatório europeu de desenvolvimento sustentável de 2022, o "Europe Sustainable Development Report 2022" divulgado em Dezembro de 2022. Neste "SDG Index" de 2022 à escala europeia, Portugal ocupa o 18º lugar entre 34 países, com uma pontuação de 70.58 em 100 possíveis. Estamos atrás de países como a Chéquia (7º) e a Eslovénia (8º), da Estónia (10º), Islândia (12º), Polónia (13º) ou até mesmo da Croácia (17º). Ainda assim e comparando com os dados do ranking de Dezembro de 2020, onde Portugal obteve uma pontuação de 67.5 ficando no 22º lugar entre 31 países na Europa, apesar do impacto brutal da pandemia, verifica-se agora uma ligeira subida, ainda que isso possa não significar um progresso real em muitos dos 17 objetivos e das 169 metas.

Assim, e sendo a Madeira uma região ultraperiférica, importa compreender o desempenho da RAM face ao todo nacional, bem como identificar, analisar e avaliar os progressos alcançados pelas suas políticas na promoção da prosperidade socioeconómica dos cidadãos e da sustentabilidade ambiental da região. Continuarei no próximo artigo.