Francisco Gomes, deputado madeirense eleito pelo Chega para a Assembleia da República, afirmou que a “conduta do Governo Regional durante os incêndios que assolaram a Madeira no passado mês de agosto foi incompetente, negligente e criminosa”.
A observação foi feita numa audição à ministra da Administração Interna, que decorreu hoje na Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades de Garantias.
Na sua intervenção, o parlamentar do Chega começou por referir que considera “inadmissível” que haja quem classifique como uma “desgraça” e “vergonha” o trabalho da comissão e da Assembleia da República, apenas porque aqueles órgãos exigem rigor e garantias de que a Causa Pública é o foco dos decisores “e não qualquer outra necessidade ou dependência”.
Realçando que “o insulto nunca pode vencer as regras democráticas”, Francisco Gomes sublinhou que as auscultações técnicas que têm vindo a ser feitas no âmbito das audições sobre os incêndios têm posto a descoberto um “fosso” que separa aquilo que são, a seu ver, os factos da “narrativa falaciosa” que o governo regional quis passar aos madeirenses.
Assim, o deputado do Chega enumerou algumas daquelas que são, na sua opinião, áreas de grande contrariedade, nomeadamente no que toca à “capacidade operacional, eficácia da resposta dada, tempos dos pedidos de ajuda à República e integração da Região nos sistemas de resposta, tais como o Plano Nacional de Gestão de Fogos”.
“As histórias mal contadas do Governo Regional têm sido todas desmontadas pelas avaliações de técnicos e de especialistas que o Governo Regional não intimida, nem controla. É óbvio que a gestão dos incêndios foi feita com base em pressupostos falhados, negligência e uma dose indecorosa de mentiras.”
Na sua intervenção, Francisco Gomes sublinhou que, “enquanto o governo regional não reconhecer os erros que cometeu, a Região não dará os passos que tem ainda de dar em matéria de prevenção de incêndios e de Protecção Civil para evitar que catástrofes semelhantes á de agosto ou até outras não voltam a ter lugar”.
Além disso, o deputado do Chega reforçou que a liderança regional carece de humildade para “fazer o trabalho de casa que não tem feito” e, assim, estar mais bem preparada para proteger o património e as populações.
“O governo regional chama de tudo a quem exige fiscalização. Mas, esses, a quem rotula de ‘abutres’ e ‘políticos falhados’ têm exposto e continuarão a expor a incompetência criminosa de uma liderança que não só falha aos madeirenses, mas que os envergonha com a sua arrogância e leviandade.”