No seu habitual ‘Ponto de Ordem’ de domingo, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz focou-se no Orçamento Regional para 2025, considerando que “o problema da Madeira não é o orçamento”.
“O recente chumbo do Orçamento Regional para 2025 trouxe à tona uma resposta governamental marcada por vitimização e dramatização, demonstrando um padrão repetido de manipulação emocional para desviar as atenções dos reais problemas que afetam a Madeira”, apontou, referindo que, durante mais de 40 anos de governação pelo PSD, agora em coligação com o CDS, e com orçamentos sempre aprovados, o panorama da Região “não só não melhorou como se agravou em áreas cruciais”.
Nesse sentido, o autarca elencou alguns pontos:
“• A população madeirense sempre sufocada por um custo de vida insustentável;
• A classe média sobrecarregada por impostos desproporcionais, enquanto o limiar da pobreza a aumenta continuamente;
• O problema da mobilidade aérea e marítima, essencial para a ligação ao continente, permanece sempre insuportável, tornando cada viagem um peso financeiro que a grande parte da população madeirense tem enormes dificuldades em assegurar;
• Na saúde, a crónica falta de medicamentos na farmácia hospitalar continua sem solução, afetando os mais vulneráveis, e as listas de espera para consultas e cirurgias continuam a aumentar (muitos madeirenses morrem à espera de uma consulta ou cirurgia);
• Nos bens essenciais, os preços sobem de forma descontrolada, refletindo uma gestão que parece desconectada das necessidades reais da população”.
Neste cenário, prossegue Filipe Sousa, “o discurso dramático que agora presenciamos é, na verdade, revelador da agonia política deste atual governo. Não se trata de um lamento genuíno pela população ou pela estabilidade financeira da região, mas sim de um medo profundo e visceral de perder o controlo do poder”.
O autarca entende que a estratégia é clara: “perpetuar a narrativa de que a oposição é irresponsável e de que a rejeição do orçamento é uma afronta ao povo madeirense, enquanto os problemas estruturais acumulados ao longo de décadas são varridos para debaixo do tapete”, afiança, acrescentando que, no entanto, “a dramatização já não convence como antes. A população começa a despertar para a realidade”.
“Não é a rejeição pontual de um orçamento que coloca a região em crise, mas sim décadas de políticas mal conduzidas, de prioridades mal definidas e de uma governação mais preocupada em manter o poder do que em servir o povo”, afiança.
“A dramatização não deve desviar-nos do essencial. Este é o momento de exigir responsabilidade, transparência e soluções concretas para os problemas reais que afetam a Madeira. O medo de perder a governação não deve sobrepor-se ao dever de governar com competência e justiça. Os madeirenses encontraram a melhor solução”, remata.