A reunião do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas decorreu hoje no Funchal, aproveitando a presença do ministro de Educação, Ciência e Inovação e da secretária de Estado da Ciência na Região, bem como de 15 reitores. Um encontro que serviu para o CRUP expor aos novos governantes os problemas que afetam as instituições de ensino superior em Portugal, num novo ciclo governativo.
“Há problemas que impõem respostas”, afirmou o presidente do CRUP aos jornalistas, na final da reunião, exemplificando com “questões relacionadas com a estabilização dos vínculos precários dos investigadores, ao financiamento e ao modelo de financiamento, à necessidade de planeamento para o futuro e dos planos estratégicos das instituições de ensino superior”.
Paulo Jorge Ferreira considerou que “a reunião de trabalho foi positiva, voltada para o futuro e para o interesse e importância das instituições do ensino superior como fundamentais para o futuro do país”.
O presidente do CRUP destacou ainda a abertura demonstrada pelo ministro de Educação, Fernando Alexandre, para avançar com a resolução dos problemas. “A presença do ministro (na reunião) é a melhor indicação de que há abertura para discutir com os reitores o papel das instituições de ensino superior na economia e no país”.
Por seu turno, o reitor da Universidade da Madeira adiantou que expôs ao Conselho de Reitores e à equipa do Ministério de Educação, liderada pelo próprio ministro, o que tem sido a agenda da UMa relativamente ao financiamento. “A UMa tem um plano estratégico muito bem definido e temos feito sentir à tutela que é necessário que universidades pequenas como as insulares precisam de uma atenção especial porque são universidades que ainda estão em desenvolvimento”, e que estão, como é o caso da instituição madeirense, a apostar na investigação “e numa revolução do saber e da ciência na Madeira”.
Instado a comentar as declarações do ministro, de que as universidades têm de diferenciar as suas fontes de financiamento, Sílvio Fernandes respondeu que já foi defendido negociar com autarquias ou parceiros privados. “Mas, nós sabemos que em Portugal nem sempre as autarquias têm folga financeira para tal e que não há abertura para os privados financiarem o ensino superior. Nós vamos fazer o nosso caminho, mas para chegarmos a esse patamar, é preciso termos uma salvaguarda, ter apoio prévio do Estado” ou de mecanismos como a Lei de Finanças Regionais.
Sílvio Fernandes deu o exemplo da ARDITI, que tem participação da Universidade, do Governo Regional e de privados. “Eu penso que um modelo desse género possa vir a ser benéfico desde que os projetos sejam de interesse para a Região”, como nas áreas da saúde ou turismo.