Cerca de 100 venezuelanos e luso-venezuelanos participaram hoje no Funchal, Madeira, numa manifestação contra o governo de Nicolás Maduro, no âmbito de um protesto mundial, assinalado também em outras 11 cidades portuguesas.
“Estamos a reivindicar que o vencedor das eleições do dia 28 de julho foi Edmundo González, que o que está a acontecer na Venezuela é demasiado grave para a comunidade internacional ficar quietinha à espera que algum milagre aconteça e que nós temos de imediatamente ver que os direitos humanos na Venezuela não estão a ser respeitados”, afirmou Lídia Albornoz, membro do grupo que organizou a manifestação.
Os manifestantes reuniram-se na Praça do Município e depois percorreram algumas ruas no centro da cidade até à Quinta Vigia, sede da Presidência do Governo Regional da Madeira (PSD), onde entregaram um documento apelando ao reconhecimento da vitória do candidato da oposição nas eleições presidenciais na Venezuela.
Em 28 de julho, as autoridades eleitorais venezuelanas declararam Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais horas depois do encerramento das urnas, mas, ao contrário de eleições anteriores, nunca divulgaram os resultados pormenorizados das votações para corroborar a decisão.
A condenação mundial da falta de transparência levou Maduro a pedir ao Supremo Tribunal, repleto de membros do partido no poder, que auditasse os resultados. O tribunal reafirmou a vitória.
O candidato Edmundo González Urrutia, o antigo diplomata que representa os principais partidos da oposição e que reivindicou a vitória por uma larga margem – mais de 7,1 milhões de votos –, está agora exilado em Espanha.
“A comunidade internacional tem de pressionar Nicolás Maduro para sair. Ele não é o presidente, nem é o vencedor das eleições”, afirmou Lídia Albornoz, para logo reforçar que a comunidade internacional tem de “intervir rapidamente”.
No percurso entre a Praça do Município e a Quinta Vigia, os manifestantes empunharam duas bandeiras da Venezuela de grandes dimensões e gritaram insistentemente palavras de ordem como “liberdade”, “Venezuela livre”, “Edmundo presidente”.
A comunidade venezuelana residente da Madeira está estimada em cerca de 10 mil pessoas, sendo que naquele país da América do Sul residem aproximadamente 300 mil madeirenses.
A manifestação de hoje, precisamente dois meses após as eleições presidenciais, decorreu sob o lema “Grande protesto mundial pela liberdade na Venezuela”, com a organização a destacar o “apelo dos venezuelanos de todo o mundo” aos países livres, para que “levantem suas vozes a favor do reconhecimento de Edmundo González como presidente eleito”.