A justiça da África do Sul condenou a 12 anos de prisão Mdumiseni Zuma, considerado um dos “instigadores” dos tumultos no país em julho de 2021, que causaram a morte de mais de 350 pessoas, anunciou a porta-voz da promotoria sul-africana.
Trata-se da primeira pessoa a ser condenada por “incitar à agitação”, como parte da acusação lançada após a pior onda de violência e pilhagem no país desde o fim do apartheid, acrescentou Natasha Ramkisson-Kara, em comunicado.
“Esperamos que esta condenação sirva de dissuasão para outros que pretendam cometer crimes semelhantes”, referiu.
Zuma, 36 anos, foi condenado pelo tribunal de Pietermaritzburg (leste) por incitar à violência.
Em 2021, tinha apelado, num vídeo amplamente partilhado pelo serviço de mensagens, à pilhagem e ao incêndio de um centro comercial, que acabou por ficar em cinzas durante os tumultos.
Inicialmente desencadeada pela prisão do antigo Presidente Jacob Zuma, condenado por desacato ao tribunal, a violência alastrou a Joanesburgo e à província oriental de Kwazulu-Natal, um sinal do clima social e económico tenso.
A lentidão na condução dos autores dos crimes à justiça tem sido frequentemente uma fonte de frustração, não só para as famílias das vítimas, mas também para muitos sul-africanos, cujo país tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo.
Uma investigação publicada no ano passado salientou o facto de os motins terem sido organizados através das redes sociais e de os seus autores terem permanecido “em grande parte sem rosto”.
Os julgamentos de mais 65 suspeitos deverão ter início em janeiro.