O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou hoje a familiares dos reféns israelitas mantidos em Gaza que prosseguem os contactos para a sua libertação, após o grupo islamita Hamas ter “suavizado” um “ultimato”.
Netanyahu reuniu-se em Telavive com familiares dos reféns, informando que “os contactos prosseguem, não foram interrompidos”, segundo um comunicado do seu gabinete.
“Houve um ultimato do Hamas” mas “agora foi suavizado”, acrescentou o breve comunicado.
No passado domingo, o Presidente de Israel, Isaac Herzog, através de um conjunto de mensagens em várias línguas na rede social X, pediu aos “líderes mundiais” que atuem para a libertação “imediata e incondicional dos 133 sequestrados” israelitas.
Na passada quinta-feira, um alto responsável do Hamas reiterou que os sequestrados apenas serão libertados após Israel terminar a sua ofensiva militar na Faixa de Gaza.
Na sequência do ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro que provocou cerca de 1.200 mortos, as milícias palestinianas levaram para Gaza 240 reféns.
Em finais de novembro ocorreu uma trégua de uma semana que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 palestinianos que estavam detidos nas prisões israelitas.
No total, foram libertados com vida 110 reféns, 86 israelitas e 24 estrangeiros, enquanto o Exército israelita recuperou 11 corpos, incluindo três que foram mortos por erro por soldados israelitas.
Entre os que permanecem reféns, as autoridades israelitas admitem que 22 estejam mortos.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado após um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro.
No total, foram mortas nesse dia 1.140 pessoas, na maioria civis e incluindo cerca de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 22.185 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas mais de 57 mil, na maioria civis, destruídas a maioria das infraestruturas e perto de dois milhões forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.
Segundo os responsáveis locais, mais de 7.000 pessoas também estão desaparecidas debaixo dos escombros na sequência dos bombardeamentos.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade. Desde 07 de outubro, mais de 300 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, ocupados pelo Estado judaico.