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Sánchez anuncia plano para desenvolver indústria de defesa em Espanha

Data de publicação
26 Março 2025
12:28

O Governo espanhol vai apresentar “antes do verão” um “plano nacional” para desenvolver a indústria e a tecnologia de defesa e segurança do país, anunciou hoje o primeiro-ministro, Pedro Sánchez.

“Concentrará o grosso do investimento adicional exigido para cumprir com os nossos sócios europeus. E vai canalizá-lo através de programas de colaboração público-privados para criar um novo salto tecnológico e industrial em Espanha”, afirmou, numa intervenção no parlamento espanhol, em Madrid, sem dar mais detalhes.

O primeiro-ministro reiterou ainda que Espanha vai aumentar os gastos em defesa até aos 2% do Produto Interno Bruto (PIB), tal como se comprometeu fazer no seio da NATO (a aliança de defesa de países europeus e norte-americanos), remetendo detalhes sobre a forma como pretende alcançar esse objetivo para as próximas semanas, depois de serem conhecidos os novos mecanismos europeus de financiamento para esta área.

Espanha é o país da NATO que está mais longe de alcançar o objetivo dos 2% até 2029: segundo dados da própria organização, investiu 1,2% do PIB em defesa em 2023.

Pedro Sánchez está hoje no parlamento a defender o aumento dos gastos com a defesa, num momento em que lidera um Governo de coligação dividido sobre este tema.

Por outro lado, o executivo, formado pelo Partido Socialista (PSOE) e pela plataforma de esquerda Somar, governa sem maioria absoluta e depende de uma ‘geringonça’ de oito partidos de sensibilidades diferentes representados no parlamento para viabilizar leis como o Orçamento do Estado.

Por causa das dificuldades de negociação parlamentar, Espanha não tem Orçamento do Estado novo há dois anos, sendo este uma dos constrangimentos para aumentar mais as despesas com a defesa, segundo dirigentes políticos e analistas.

“O imperialismo russo e a viragem dos Estados Unidos obrigam a Europa a dar passos em frente e a ser corajosa”, disse hoje Sánchez aos deputados, para defender mais gastos com a defesa e a segurança.

O primeiro-ministro espanhol considerou que está em causa também uma oportunidade para “um novo salto tecnológico industrial em Espanha” e insistiu na necessidade de atualizar os recursos das forças armadas, de modernizar sistemas de proteção do espaço aéreo e das fronteiras ou de desenvolver novas capacidades para responder e evitar ataques cibernéticos ou campanhas de desinformação.

Sánchez defendeu ainda que este é também um investimento em “bem-estar” e na preservação do “modo de vida” europeu e espanhol, que não só não prejudicará “em um cêntimo” as despesas com as políticas sociais, como as complementará, numa mensagem que tem repetido nas últimas semanas e que é dirigida aos parceiros do Governo e a outros partidos da ‘geringonça’ parlamentar.

O líder do Governo espanhol disse ainda que a UE vive um “momento muito semelhante ao momento covid” e deve responder da mesma forma, ou seja, unida e com solidariedade entre todos os Estados-membros.

Sánchez defendeu a criação de uma “política de segurança e defesa comum”, com instrumentos financeiros únicos e “compras conjuntas”, tal como aconteceu com as vacinas da covid-19, assim como indústrias pan-europeias de defesa e a formação de um exército europeu.

Na resposta, o líder do Partido Popular (PP, direita) e da oposição, Alberto Núñez Feijóo, acusou Sánchez de “falta de claridade” e precisão, perguntando por calendários, montantes e origem dos fundos e como é que o Governo pretende avançar sem um novo Orçamento do Estado ou o apoio dos próprios parceiros no executivo e no parlamento.

Pelo Somar, a deputada Verónica Martínez Barbero reiterou as reticências do partido, que Governa Espanha com os socialistas, em relação ao aumento dos gastos com a defesa.

“Espanha não deve aceitar [a ideia de] que mais despesa equivale a mais segurança”, afirmou, num discurso em que considerou que a NATO é “um zombie”.

“Não se trata só de quanto investimos, mas de como o fazemos e com que objetivos estratégicos. A Europa já gasta mais do que a Rússia em defesa, mas esse investimento não se traduz em mais capacidade operativa nem numa capacidade dissuasória efetiva”, acrescentou.

A deputada reconheceu que houve uma mudança no contexto internacional e que “a Europa não pode permanecer impassível perante esta realidade”, mas defendeu que reduzir a autonomia estratégica da Europa a uma corrida ao gasto em armamento seria um erro histórico”.

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