O ministro dos Negócios Estrangeiros esclareceu hoje que não há um navio português a transportar armamento para Israel, depois de contactos feitos pelo Governo para apurar uma denúncia feita pelo Bloco de Esquerda.
“Não é um navio português, mas com um pavilhão português. É um navio alemão”, disse Paulo Rangel, em Bruxelas, no âmbito de uma reunião ministerial que ainda decorria quando o governante falou com os jornalistas.
O ministro acrescentou que o Governo contactou o navio para pedir esclarecimentos sobre uma denúncia feita pelo Bloco de Esquerda e por uma organização não-governamental (ONG) e disse que podia assegurar que a embarcação “não vai para Israel” e tinha como destino dois portos, na Eslovénia e no Montenegro.
“Transporta explosivos, não armas”, revelou o governante.
Paulo Rangel rejeitou também quaisquer acusações de complacência com as ações militares israelitas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, advertindo que o Governo do qual faz parte foi “o primeiro a proibir a exportação de armas para Israel”.
Com o Governo anterior, chefiado pelo socialista António Costa “não houve exportação [de armamento], mas não proibiu”.
Sobre o navio em questão, “estava tudo devidamente relatado, o conteúdo e o destino” e todas as informações fornecidas estavam “acompanhadas de documentação”.
Esta semana, o Bloco de Esquerda e o PCP questionaram, por via da Assembleia da República, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros a propósito da suspeita de que um navio com bandeira portuguesa estaria a transportar armas para Israel.
Ambos os partidos pretendem que o Governo assegure que nenhum navio com pavilhão português possa estar envolvido no transporte de qualquer material militar para Israel, questionando o executivo sobre que medidas serão tomadas para fiscalizar o navio suspeito.