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Artigo de Opinião

Consultor

18/12/2024 08:00

Quando falamos em jogos pensamos em diversão. Já o trabalho é encarado como algo demasiado sério e profissional. Contudo, temos verificado uma mudança de paradigma, graças à entrada no mercado de trabalho das gerações mais novas. Estas encaram os conceitos como complementares.

Segundo Yu-kai Chou, um pioneiro na indústria da gamificação, esta pode ser definida como a arte de utilizar os elementos mais divertidos e aditivos dos jogos, para transformar positivamente as atividades do mundo real. Apesar de existiram outras definições na literatura, todas coincidem em três aspetos: 1) a gamificação tem como fundamento os jogos; 2) é aplicada em contextos não lúdicos; 3) não pretende gerar entretenimento, mas incentivar comportamentos e apoiar a criação de valor. Não pretendendo aqui explorar em profundidade os elementos básicos do jogo, a maioria das soluções de gamificação recorre às componentes conhecidas como a tríade PBL – pontos conceptuais, emblemas e tabelas de classificação.

A gamificação tem abarcado diversas áreas, entre elas a saúde, a educação e o marketing. Recentemente tem sido aplicada também no contexto laboral, como uma abordagem criativa para melhorar o desempenho, inovar os modelos de gestão e aumentar o engagement dos colaboradores. Nesta vertente, a gamificação do trabalho pode ser feita através de duas vias: 1) Informacional – obtenção de mais informação por parte dos colaboradores sobre o seu trabalho e desempenho, o que pode levar ao aumento da motivação e aprendizagem; 2) Afetiva – assunção do trabalho como um jogo, tornando as tarefas mais interessantes e envolventes.

No que concerne à Gestão de Recursos Humanos, a gamificação apresenta enorme potencial nas seguintes áreas: 1) Recrutamento e Seleção – permite apurar informações acerca dos candidatos que não constam no Curriculum Vitae, através de exercícios e testes que se assemelham a jogos e que levam à identificação de características pessoais, de forma rápida e eficaz; 2) Formação e Desenvolvimento – os princípios dos jogos promovem o desenvolvimento de competências com maior poder de decisão e autonomia, determinando de forma mais direta os sucessos e fracassos. Apela a uma maior interação entre utilizadores, resultando numa abordagem mais centrada no formando e nas suas necessidades individuais; 3) Gestão do Desempenho e Engagement – a gamificação do trabalho encoraja o alcance dos objetivos pretendidos pela organização, dando acesso a informações relativas à performance dos colaboradores e energizando o seu comportamento, através de incentivos semelhantes aos prémios de um jogo. Invoca o sentido competitivo das pessoas, tornando-as mais comprometidas e dispostas a ir mais longe.

Em suma, a gamificação aplicada ao contexto laboral pode fomentar um ambiente de trabalho mais envolvente, gratificante e produtivo, contribuindo ainda para aumentar a lealdade dos colaboradores. A gamificação tem o potencial de nos ajudar a repensar o conceito de trabalho, onde fatores como a diversão, o envolvimento e a motivação intrínseca passam a ser indissociáveis da atividade laboral, independentemente das tarefas desempenhadas.

Citando Yu-kai Chou: “Imagine um mundo onde já não existe uma divisão entre o que precisa de fazer e o que deseja fazer. Em que tudo é divertido e envolvente e em que tem realmente vontade de acordar todas as manhãs para enfrentar os desafios que se avizinham. É esse o poder da gamificação.”

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