A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pelas inundações em Espanha, que fizeram pelo menos 158 mortos, “lamentando profundamente todos os danos pessoais e patrimoniais” provocados.
No voto de pesar, apresentado pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, refere-se que, na madrugada de terça-feira “o leste de Espanha foi assolado por um fenómeno meteorológico extremo, caracterizado por intensa precipitação”.
“Em algumas localidades, registaram-se, num período de poucas horas, valores de pluviosidade semelhantes aos que se verificam num ano inteiro”, salienta-se.
O parlamento refere que a depressão isolada em níveis altos (DANA), ou gota fria, “causou inundações significativas em diversos pontos do território espanhol, sobretudo na Comunidade Valenciana e em Castela-Mancha”.
Além do número de mortes - que, segundo o último balanço, ascende a 158 -, o parlamento frisa também que “há um elevado número de pessoas feridas e isoladas”, a que acrescem “terríveis prejuízos materiais e económicos”.
“A Assembleia da República, reunida em plenário, manifesta o seu pesar por esta situação calamitosa e lamenta profundamente todos os danos pessoais e patrimoniais. Reitera também a sua proximidade com o povo espanhol, que tem estado ao lado do nosso país em situações similares, como sucedeu recentemente, aquando dos incêndios de setembro deste ano”, lê-se.
O número provisório de mortos nas inundações que devastaram o sudeste de Espanha subiu hoje para 158, segundo um comunicado oficial dos serviços de emergência publicado na rede X, atualizando o anterior balanço de 140.
Do total, 155 vítimas foram registadas na região mais atingida, em Valência, tendo ocorrido outras duas mortes na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia.
O comunicado de imprensa não especificou o número de pessoas que ainda estão desaparecidas.
Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português.
O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo.
A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.
Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.