O novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ocupou hoje um lugar na primeira fila na bancada socialista, numa entrada discreta a meio do debate e assinalada pelo ‘vice’ do parlamento do PSD Adão Silva.
Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS com 62% dos votos, em eleições diretas realizadas entre sexta-feira e sábado, que disputou com José Luís Carneiro, que ficou em segundo lugar, com 36%, e Daniel Adrião, que teve 1% dos votos.
Hoje, realizou-se o primeiro plenário desde a sua eleição, um debate marcado pelo Livre sobre “Solução de dois Estados e o reconhecimento da independência da Palestina”.
Pedro Nuno Santos entrou no debate perto das 16:00 e dirigiu-se à primeira fila – desde que regressou ao parlamento após a demissão do Governo sentava-se na última –, sentando-se ao lado do líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, depois de o cumprimentar, e do seu apoiante e ‘vice’ da bancada socialista Pedro Delgado Alves.
Quando entrou, falava o deputado do PCP Bruno Dias, seguindo-se a intervenção do líder do Chega, André Ventura, durante a qual o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, passou a condução dos trabalhos parlamentares ao vice-presidente Adão Silva.
Foi já o social-democrata que, no fim da intervenção do Chega, fez questão de dirigir “um cumprimento muito especial” ao deputado Pedro Nuno Santos pela sua eleição, saudando imediatamente a seguir os cidadãos e alunos presentes nas galerias, um momento discreto e sem aplausos no hemiciclo.
Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e decidiu dissolver o parlamento e marcou eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
António Costa foi pela primeira vez eleito secretário-geral do PS em 22 de novembro de 2014, dois meses depois de ter vencido primárias para candidato do partido ao cargo de primeiro-ministro, abertas a não militantes, que disputou com o então líder António José Seguro, em setembro desse ano. É primeiro-ministro desde 26 de novembro de 2015.
Candidataram-se à sua sucessão como secretário-geral PS o deputado ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos, o atual ministro da Administração Interna e ex-secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, e o dirigente socialista Daniel Adrião, membro da Comissão Política, que se candidatou à liderança do partido pela quarta vez.