A Baliza
O movimento da baliza é algo engraçado, pode se mover para qualquer extremo, que o remate acompanha essa tendência. Não é de estranhar que nos partidos políticos isso também aconteça. A baliza, neste momento, fruto de uma mão invisível, ou não, dependendo de a quem perguntarmos, empurra-nos para uma direita falaciosa. Falaciosa, porque a mesma está disfarçada, podemos chamar de uma direita travesti, o mesmo podemos apelidar de quem se encontra no centro, tal como RuPaul se arranja para os seus espetáculos, o mesmo acontece com o famoso centrão.
O movimento da baliza tornou-se normalizado, pela própria classe, ao criar uma rotura com os seus princípios quando o porco entrou em cena e decidiram chafurdar na lama com o mesmo. Acusações de extremos para o lado esquerdo fizeram com que a baliza movesse, centímetro a centímetro, para o extremo oposto. Depois, recebemos as notícias desse movimento, divulgadas a sete-ventos, com uma histeria tal que fez parecer a chegada do messias, ou então, para não ser acusado de blasfémia, como o que aconteceu com os primeiros casos de COVID-19, onde as televisões, jornais e tudo o que podemos de chamar de comunicação social, entraram numa histeria digna de um concerto dos Beatles nos anos 60. Curioso, ou não, época que muitos suspiram com saudosismo. O saudosismo é provavelmente das piores doenças que podem existir. Agarra-nos como uma droga, sonhamos com os tempos maravilhosos do passado, sem nunca lá termos estado. Atualmente, um adolescente nos anos 60 deverá ter hoje 80 anos e não me parece que sejam eles as principais vítimas de tal doença. Perguntam-me se tal doença tem cura, talvez tenha, mas a resposta poderá não ser a melhor, basta perguntar aos Polacos.
As trapalhanças
As trapalhanças eram competições organizadas pela Associação de Futebol da Madeira, mas não são dessas que falarei. Até poderia falar das mesmas, mas também não entrarei por esse caminho. O leitor já deverá ter percebido onde quero chegar.
Arguidos candidatos, pseudo-candidatos a cargos de governação, sim, porque apesar de tudo e todas as suposições ninguém sabe o que o comentador-mor irá fazer quanto ao destino da Região Autónoma da Madeira.
Detidos por mais tempo do que era suposto, “à justiça, o que é da justiça”, chavão mais usado nos últimos tempos. Ao menos um dos detidos é dono de várias unidades hoteleiras e assim aprendeu como segurar os clientes. É a chamada trapalhança judicial. Isto e todo o despacho de um juiz que considera que havia intenção de pagar pois houve pedido de orçamento. Mandem-me orçamentos que eu terei toda a intenção de pagar.
Arguidos que continuam a ser, mas para a comunicação social saíram em liberdade, mesmo não sendo julgados, ilibados ou que quer que fosse, a trapalhança que traz o movimento da baliza.
Velhos caquéticos que se acham donos da autonomia, esta é a trapalhança da idade e é deveras triste.