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Artigo de Opinião

Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Psicólogos Portugueses

10/10/2024 08:00

Como indivíduos e comunidades enfrentamos desafios que decorrem das transformações sociais, económicas, demográficas, políticas, climáticas e tecnológicas que conhecemos, e cuja natureza é quantitativa e sobretudo qualitativamente superior à que estávamos habituados. Esta circunstância convoca-nos a todos para uma reflexão e um contributo para que possamos lidar com eles, não apenas no plano individual, mas também no plano das nossas instituições e da comunidade mais alargada. É nesta perspetiva que se realiza nos próximos dias 17 e 18 de outubro, o Congresso dos Psicólogos da Madeira “A Psicologia e o Futuro” (https://www.eventos.ordemdospsicologos.pt/congresso-da-madeira/), uma ocasião privilegiada de encontro e de debate sobre o papel da Psicologia como ciência e profissão na nossa sociedade e face aos desafios do presente e do futuro. Uma reflexão que necessariamente incorpora a forma como a Psicologia vai integrar o futuro, mas também como o vai influenciar. Isto é, importa não só pensarmos a prática profissional num quadro de transformações na vida e no mundo, como também qual é o papel central que a Psicologia tem na construção de um futuro que sirva e seja gerador de bem estar.

Temos sistematicamente assinalado o papel que a Psicologia como ciência e profissão tem, não apenas na intervenção sobre situações em que há alterações ou de crise, na remediação ou no um para um em consulta, mas também na conceção e implementação de intervenções em planos mais alargados, incluindo nas políticas públicas e na otimização do funcionamento das instituições. Utilizar o corpo de conhecimento que existe não é uma espécie de “sensibilidade” de quem o faz e muito menos um luxo, ou de algo complementar ao que já existe, mas um fator de diferenciação e sucesso na promoção da saúde e do bem-estar, do desenvolvimento e da coesão social.

É justamente por isto que, neste dia mundial da saúde mental, reiteramos a importância de o conhecimento da psicologia ser mobilizado e aplicado (quer nos contextos mais conhecidos, quer onde ainda falta), a aposta na prevenção e promoção de competências (e não apenas no tratamento e remediação quando os problemas já estão instalados), a centralidade de intervenções que tenham evidência de eficácia (e não métodos obscuros e até sexy que oferecem soluções simples para problemas complexos), e a otimização das capacidades de resposta que já existem, de forma a promover o potencial dos serviços e dos respetivos profissionais - porque, como sabemos, ninguém quer ir a um serviço ou a um profissional que seja “assim assim”. Qualquer um de nós, quando tem uma necessidade de um serviço, quer qualidade, excelência, valor.

Os desafios da saúde psicológica e do bem estar continuarão a estar no centro do desenvolvimento das sociedades. Até porque não agir custa muito. A realidade atual é muito desafiante e exigente para todos os agentes envolvidos, pessoas, profissionais, lideranças, decisores políticos. Da nossa parte, poderá a comunidade continuar a contar com uma presença e um trabalho contínuo e refletido nesse sentido e para que continuemos a estar onde sempre estivemos: onde é preciso.

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