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Artigo de Opinião

Doutorada em História / Investigadora

1/11/2023 08:00

A 1, foi assinalado o Dia Internacional da Pessoa Idosa; a 28, o Dia Mundial da 3.º Idade. Senti, por este facto, necessidade de lembrar, uma vez mais, acerca da importância de se acabar com a discriminação em razão da idade - o idadismo -, tão erradamente enraizada na nossa sociedade. Já muito se tem escrito sobre o assunto, mas pela sua importância, nunca será de mais convocar o tema para a opinião pública. Outubro foi também o mês escolhido para chegar às livrarias portuguesas a tradução de Mário Dias Correia, da obra intitulada Outlive: The Science and Art of Longevity, de Peter Attia e Bill Gifford, da Editora Marcador. São 456 páginas, divididas em três partes e 17 capítulos, nas quais encontramos ferramentas que nos permitem unir a saúde emocional e mental, numa busca tranquila pela tão desejada qualidade de vida, em todos os aspetos: saúde física, emocional, mental, relacional e espiritual.

O envelhecimento é uma conquista, que acarreta um sem número de desafios. Cabe, por isso mesmo, a todos nós, sem exceção, analisá-los e procurar desenhar respostas para esta necessidade de adaptação das nossas sociedades. Nunca será tarde para se repensar o envelhecimento, de forma estruturada e transversal, sem compartimentos estanques, convocando e envolvendo os vários setores da sociedade, entre outros, a educação, a saúde, a economia, a justiça, a cultura, a habitação, o turismo, os transportes, a segurança social, a cidadania e a igualdade, assim como as novas tecnologias.

Todos nós sabemos que a medicina convencional fez avanços significativos, mas tem enfrentado dificuldades para combater as chamadas doenças do envelhecimento, nomeadamente: as doenças cardíacas, o cancro, a doença de Alzheimer e a diabetes. No livro Outlive: A Arte e a Ciência de Viver Mais e Melhor, Attia, médico e um dos maiores especialistas mundiais em longevidade, investiga o envelhecimento, o impacto das doenças crónicas e fornece estratégias práticas para melhorarmos a nossa saúde e prolongar a vida com qualidade, argumentando que precisamos substituir o modelo ultrapassado de tratamento reativo por uma estratégia proactiva e personalizada para a longevidade. Julgo que com isto deverá querer dizer que é chegada a altura em que a medicina preventiva, que é de extrema importância, deve dar lugar à medicina proactiva. E esta proactividade depende de cada um de nós, responsabilizando-nos pelas duas componentes da longevidade: a primeira, quanto tempo vivemos; a segunda, o quão bem vivemos. Chama-se a isto, tempo de vida saudável. E, «a única maneira de criar um futuro melhor para nós mesmos - de nos situarmos numa trajetória melhor - é começar a pensar sobre isso e tomar medidas agora». Até por que segundo Attia, o passado não tem forçosamente que ditar o futuro e a nossa longevidade é mais maleável do que julgamos. Outlive: A Arte e a Ciência de Viver Mais e Melhor, não é um ensaio sobre irmos acumulando aniversários, à medida que vamos murchando. Não é sobre viver para sempre. É sobre muito mais. É sobre estratégias e técnicas que nos podem ajudar a viver mais e com melhor saúde. Neste outono, sejamos a primavera das nossas vidas.

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