Ficou-me gravado.
Era habitual acompanhar o meu pai à sede do concelho, quando lá se deslocava em assuntos de finanças.
Naquela manhã, ouvi a sirene a tocar repetidamente, angustiada, aflita… E logo, a chegarem de todo o lado, a saírem das repartições a largarem enxadas e família, a vestirem uma espécie de farda em andamento, uns homens apressados, que o meu pai disse serem Bombeiros; que aquela sirene estridente, insistente era a chamada, era o alerta de que, em algum lado, havia perigo, talvez incêndio, acidente, uma situação onde o seu auxílio era necessário. Voluntários, largavam tudo para socorrer.
Aprendi a respeitar e admirar os bombeiros. Ser bombeiro é ser especial, é ter na alma o dom de se esquecer de si e pôr-se disponível, seja quando for, para os outros.
Bombeiros são homens e mulheres com missão de:
- Prevenção e combate a incêndios;
- Socorro às populações, em caso de incêndio, de inundações, desabamentos e, de um modo geral, em todos os acidentes;
- Socorro a náufragos e buscas subaquáticas;
- Socorro e transporte de acidentados e doentes urgentes;
- Participação em ações de vigilância;
- Emissão de pareceres técnicos, em matéria de prevenção e segurança;
- Exercício de atividades de formação e sensibilização junto das populações,
entre outras mais de que vão sendo incumbidos.
Os Bombeiros podem ser profissionais ou voluntários: Os profissionais são criados, detidos e mantidos na dependência direta de uma câmara municipal. Os voluntários são criados, detidos e mantidos por uma associação humanitária de bombeiros.
Há corpos de bombeiros mistos, criados, detidos e mantidos por uma câmara municipal, ou por uma associação humanitária, constituídos por bombeiros profissionais e voluntários.
Muito se tem falado nestes dias na vontade de governantes e autarcas encontrarem ou reformularem uma nova grelha salarial, que possa compensar com dignidade e justiça o esforço cada vez mais solicitado destes operacionais, sendo certo que, a distinção entre profissionais e voluntários está muito esbatida
Manter ou alterar a situação?
Na minha opinião, há que inovar e repensar a organização dos bombeiros.
Defendo que deve partir-se para a CORPORAÇAO REGIONAL DE BOMBEIROS, de natureza mista: - um corpo profissional bem e constantemente preparado, com especializações adequadas ao terreno de operações da zona onde primordialmente opere, reforçado ou apoiado por voluntários, também devidamente preparados, com funções bem definidas, evitando atropelos na ação que se quer rápida, bem direcionada e eficaz.
A cadeia de comando terá de ser reformulada, aproveitando experiências e contactos. A localização das estruturas da Corporação Regional, a existente, podendo criar-se novas formas de descentralização.
Relevante será o financiamento dessa Corporação. Desde logo, todo o cidadão é factor de risco e merece proteção.
Legítima uma taxa de proteção civil por cada madeirense, e por cada visitante.
Todos os prédios, as infraestruturas relevantes, como o aeroporto, as estações de triagem e tratamento de resíduos sólidos, os portos, as empresas, os parques empresariais, as atividades, os eventos, os espetáculos, a circulação automóvel, as caminhadas, tudo o que constitua um factor de risco deve contribuir com taxa de segurança. Com esta Corporação Regional, poderão ser contratualizados serviços e competências que merecerão a atribuição dos correspondentes meios financeiros.
Haja criatividade, investigação e bom senso. A Corporação Regional de Bombeiros será um desafio inovador, que potenciará a coordenação de meios e intervenções, aumentará a prestação de serviços na área da proteção e segurança, vencendo os constrangimentos de que vamos tendo notícia.
Não tenhamos medo da inovação, sempre que contribua para dar melhor qualidade à vida.