Manter a coesão social é um objetivo que nos deve mover. A este propósito, de resto, parece existir um largo consenso. Paradigmaticamente, é o mesmo amiudadamente repetido. Por todo o lado, as políticas públicas de cariz económico, social, todas pugnam pelo reforço da coesão social. Faltam resultados.
Estudos sobre Portugal, que já referimos neste espaço de opinião, vão mostrando que a nossa população ativa se caracteriza apenas por 1/5 de licenciados e outros 1/5 com o ensino secundário completo. Ora, isto quando a média da OCDE aponta para percentagens na ordem dos 2/5 para uns e até metade da população adulta, para outros.
De forma lúcida e evidente, estamos aqui a falar de que a maioria da população ativa portuguesa ainda é considerada desqualificada, no atual mercado global de trabalho, sabendo-se do espaço europeu em que Portugal se tem de mover. Acresce, como se vem sendo afirmando e constatado, que muitos daqueles que vão obtendo formação superior saem à procura de melhores condições, perdendo nós muitos dos nossos melhores ativos.
Na realidade, todos os estudos que vamos tomando conhecimento, apontam para uma correlação relevante entre o desemprego e a baixa formação escolar. Concretamente, quando cruzamos o nosso olhar com os indicadores internacionais aliados à educação (por ex. Education at a glance - OCDE) e o desempenho dos países na educação, aos mais variados níveis: organizacional, pedagógico, profissional, abandono e sucesso, verifica-se que os países de topo no Global Competitiveness Index estão aqui, mas com um protagonismo que os coloca à frente em termos internacionais.
Prova-se, pois, o mérito relevante do papel que à Educação deve ser cometido. A simbiose que deve existir entre os domínios: Competitividade/Inovação e Educação à qual o Trabalho acaba por dar o resultado desse investimento. A atenção política governativa, que esta relação deverá merecer, colocando-a mesmo, sem favor, no centro das políticas públicas constituirá, pois, um fator a não descurar.
Os resultados das aprendizagens estão cada vez mais, indissociavelmente, determinados pelas condições sociais, económicas e culturais das famílias, o que nos deve levar a repensar a Educação e à forma como esta se conecta com a equidade social. Trata-se de rever o sentido sistémico de ligação entre estas duas áreas e, em consequência, rever as estratégias políticas destinadas a enfrentar o problema, que em última instância vai gerando a desigualdade.
Urge pugnar por políticas públicas, com carácter integral de ação, naquilo que se refere à articulação das políticas educativas, com a dimensão social de estratégias de desenvolvimento e crescimento económico, melhor distribuição, mais democracia, melhor Trabalho e aumento do emprego qualificado.