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Artigo de Opinião

Engenheiro

20/06/2024 08:00

Consultando o dicionário, que é sempre um bom mentor, este diz que Democracia é um nome feminino, e é, na sua forma e na sua essência. É uma mulher, é maternal, cuida, protege, dá esperança, gera e nutre. A Democracia é uma progenitora capaz, atenta, justa e que educa, que também castiga, mas que indica sempre caminhos, nem sempre os mais fáceis, nem sempre os mais óbvios. A palavra Democracia na sua descrição mais simples e mais comum representa um sistema político em que a autoridade emana do conjunto dos cidadãos, baseando-se nos princípios de igualdade e da liberdade. Esgravatando um pouco mais, encontramos a definição da chamada Democracia Representativa, que não é mais do que a situação político-administrativa em que o povo governa através de representantes seus, periodicamente eleitos. Neste sistema, os cidadãos têm o direito de votar e escolher os seus representantes, que por sua vez têm o dever de prestar contas e de agir de forma transparente em nome do povo, no governo ou fora dele. A democracia representativa é baseada na ideia de que a participação dos cidadãos na tomada de decisões políticas é fundamental, mas que a representação é necessária para garantir a eficiência e a governabilidade.

Pois, a democracia representativa exige responsabilidade e sentido de estado. A democracia representativa não pode ser uma democracia impositiva. A causa pública, não pode transformar-se numa guerra de egos mais ou menos afectados ou derrotados. As vontades de cada um não se podem transformar em ressentimentos caprichosos ou obstinações incompreensíveis de quem perdeu e ainda não percebeu. O não porque não, não é uma forma séria de se fazer política. Em democracia não pode ser a oposição a escolher o líder do governo, seja ela externa ou interna. Em democracia deve-se pugnar pela meritocracia, não pela mediocridade. A imposição, o bloqueio, a negação de soluções é uma forma despótica de estar na política, isto transporta-nos para outros sistemas muito pouco recomendados, quase infantis e muito pouco representativos.

A Democracia é também feita de decisões e de números e no final as contas dão sempre certas. A discussão do Programa de Governo chega hoje ao fim e terá o seu epilogo na votação final. A bem da nossa tão estimada Democracia representativa há que dizer algumas coisas:

Que o PSD tem 49103 motivos para ver aprovado o seu Programa de Governo, bem como o subsequente orçamento (o número apresentado é a votação do PSD nas últimas eleições, o actual líder do PSD tem tantas ou mais motivações para se manter e continuar a governar bem a Madeira). Que o PS tem 20122 razões para votar contra e demitir o seu actual líder (o número apresentado é a diferença de votos entre o PSD e o PS nas últimas eleições, o líder é um fulano que gosta muito de Lisboa). Que o JPP, no seu registo populista beato tem 26145 motivos para votar contra e nas próximas eleições regressar de táxi a Santa Cruz (o número apresentado é a diferença de votos entre o PSD e o JPP nas últimas eleições, o táxi é de quatro lugares conduzido por um beltrano que queria ir para Lisboa, mas não foi). Que o Chega, chegou demasiado longe e que tem 36562 razões para se abster e trancar os seus deputados na casa de banho da qual parece que só o partido tem a chave (o número apresentado é a diferença de votos entre o PSD e o Chega nas últimas eleições, a chave parece que está em Lisboa, no bolso de um sicrano que não gosta lá muito de ciganos). Que a IL, apesar de inteligente e bem-falante tem 45621 hipóteses para votar a favor do desenvolvimento da Madeira (o número apresentado é a diferença de votos entre o PSD e a IL nas últimas eleições e o seu deputado está cansado de pregar o liberalismo sozinho). Que o PAN, é um partido fofinho e ecológico e tem 2531 arvores para plantar e 46572 razões para aprovar um programa de governo verde e sustentável (o primeiro número apresentado é a votação do PAN nas últimas eleições, o segundo é a diferença de votos entre o PSD e o PAN nas últimas eleições, o verde é verde-laurissilva e vem a calhar que nem Ginjas). Atermaram, ou é preciso fazer um desenho?

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