Aliás, no caso do PS da madeira, nunca está, sabida que é a dependência que os socialistas regionais têm pela estrutura nacional. Nunca perceberam, talvez nunca perceberão, que começam a perder todas e quaisquer eleições precisamente por essa subserviência ao Largo do Rato. Adiante. Costa viu-se encurralado. Saíram ministros, secretários de estado, até diretores e subdiretores-gerais, mostrando que o topo da cadeia administrativa está absolutamente partidarizada. Polémicas que atingiram, e continuam a atingir, Paulo Cafôfo, ainda o homem de mão de Costa para a nossa Região, e que carecem de explicações. Na verdade, também ninguém lhas tem pedido.
Por estas e outras razões, Costa teve de voltar a investir, € com todas as força$, na sua empresa de comunicação. A mais cara do mercado. Por isso mesmo, observamos um Costa-versão-tio-humilde, ao contrário do fanfarrão "são mais 4 anos, aguentem!", e ao despontar de polémicas que tentam desviar atenções, implicando o PSD. Foi assim com o Palco das Jornadas da Juventude, que Moedas recebeu de herança envenenada de Medina e do "Coordenador" socialista Sá Fernandes, e é assim com as verbas da compra da TAP por parte de David Neeleman (e se houve "esquema" entre Neeleman e a Airbus, que o Governo anterior não poderia aferir, que se coloquem os tribunais a decidir e punir) , aqui com o condão de tentar ofuscar os quase 4 mil milhões desterrados pelo governo decorrente duma desastrosa renacionalização. Nada acontece por acaso, em política. Se existe, se é tornado público, é porque alguém assim o quis.
Regressemos aos cartazes do PS regional, naturalmente parte dessa campanha nacional. Além da cara do representante de Cafôfo, surgiram também frases supostamente denunciadoras, sob o título "sabia que...". São portanto "mistérios", coisas alegadamente escondidas, que o PS/Madeira se propõe a revelar ao nosso povo, passando, desde logo, um atestado de ignorância aos madeirenses. Logo à partida as mensagens têm todas uma componente negativa. Não têm propostas, soam a bilhardice. Ao nível comunicacional, um desastre. O PS devia pedir ressarcimento à empresa de comunicação. Um dos cartazes avisa que "na Madeira não há limitação de mandatos para a presidência do Governo". Como se percebe, uma situação que apoquenta todos os dias o cidadão que têm de pagar as suas contas, levar os miúdos à escola, dar assistência aos seus seniores. Terrível! Alguém chega à Madeira e, ao ser confrontado com isso, vai-se logo embora! Outro afirma que é gasto não sei quanto em "nomeações". Aqui "nomeações" inclui tudo, desde motoristas até dirigentes da função pública designados por concurso. Tudo no mesmo saco para parecer muito. Fala o partido que faliu a Frente Mar por ter (quase) mais chefes que operacionais. Noutro ainda acusa a madeira de ter o maior risco de pobreza do país. Esta mensagem espero que tenha saído da lavra dos peritos do continente, desconhecedores do pensamento do madeirense. Pois se foi das cabecinhas regionais... A última coisa que o madeirense admite é que digam mal da sua terra. Ele pode dizer... mas não aceita que outros o digam. E se cheirar a encomenda de fora. Está o caldo entornado. Ainda mais quando o madeirense sabe que em Lisboa, ao pagar-se uma fortuna por uma habitação, sem o amparo que o IHM, Sociohabita e municípios dão, quer seja no aluguer directo ou no apoio ao arrendamento, é impossível viver-se melhor do que aqui. Quando tem a noção que é muito mais fácil ter qualidade de vida na Madeira, por todas as razões, mas também porque no continente não existe a rede de apoio social, pública e associativa que nós temos. Quando sabe que essa estatística não tem em conta as condicionantes insulares, cujos valores são substancialmente alterados quando observados sob perspetiva regional (ficamos a par com o restante território nacional). É esse o defeito de depositar o discurso político em agências de comunicação do continente. É que nunca perceberão o pensamento do madeirense. O orgulho que este sempre terá pela sua terra. As suas prioridades. Um povo que nunca depositará confiança em quem há 15 anos "denunciava" o desperdício de ter urgências 24h em concelhos com menos utentes durante a noite que os dias da semana, e que agora clama que isso põe em causa a saúde da Madeira. Não liguem, é carnaval!