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Artigo de Opinião

Diretor

29/06/2024 08:05

O que mudou depois de um mês e três dias após as eleições regionais de 26 de maio?Nada. Não mudou nada. Ou mudou muito pouco, se quisermos ser simpáticos.

Continuamos sem governo em plenitude de funções, sem Programa aprovado, sem Orçamento fechado.

A governação travou a fundo, e não foi de agora. Foi de abril do ano passado até agora. Fruto de várias contingências, a Região vive uma estagnação que não se conhecia. E que não se merecia.

Politicamente, é natural o ajuste de contas entre partidos. É legítimo o posicionamento determinado, seja ele contra ou a favor. O que não se entende é esta prática estrambólica e reiterada de correr para a frente e andar para trás ao mesmo tempo.

Essa agenda serve certamente a quem precisa de preparar terreno para salvar a face. A quem procura encontrar uma escapatória para dizer amanhã exatamente o contrário do que disse ontem. Mas não serve aos madeirenses que vão sendo castigados com uma paragem que não pediram.

Nesta crise política que tem afetado a Madeira, não há santos de um lado e pecadores do outro. Todos têm alguma culpa no cartório e todos têm as suas razões. Mas nenhum lado tem a razão toda. Nenhum.

Era bom que todos percebessem isto de uma vez. Todos.

No beco em que vem enclausurada a política regional, não há cá lugar a beatices. É preciso enfrentar as coisas como elas são e cada um é responsável – e será responsabilizado – pelo que fez ou não fez e pelo que não deixa fazer.

Nestas trocas e baldrocas com o Programa e o Orçamento, parecem evidentes duas coisas: o Poder pressiona mostrando o que está em risco e a Oposição faz agora o que devia ter feito em fevereiro: denunciar com mais vigor o adiamento de um documento estratégico. Mas não. O Poder, nessa altura, fingiu não ver os perigos que agora enumera diariamente. E as Oposições foram na cantiga de deixar cair o governo com o engodo de que chegariam ao Poder.

Só que não.

No meio das duas trincheiras estão os órgãos de comunicação social. Que tanto fazem notícia da pressão do Poder, como das investidas da Oposição. Que tantas páginas e minutos dão para que os políticos falem desta crise. Todos os políticos.

Mas, para alguns, isso não basta. Para os especialistas a martelo dos deveres da comunicação, os jornais só são bons quando dão tempo de antena aos do seu lado. Sejam dos diferentes níveis de Poder ou das diferentes Oposições.

Neste rodopio, o grau de leviandade é tanto que já é comparável ao entusiasmo com que a generalidade dos amantes de futebol avalia a qualidade da arbitragem. Se a decisão do árbitro for a favor da sua equipa, é limpinho. Se for contrária, é um vendido.

Entretanto, estamos condenados a este marasmo em que vivemos. Parece um enorme buraco onde caíram o Governo e a Oposição e para onde nos arrastam a todos.

Já vamos com meses disto e o resultado é a estagnação, que até pode interessar aos políticos, mas não serve aos cidadãos, às instituições e às empresas.

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