Embora a criação deste dia tenha sido importante para alcançar o desígnio de proteger os idosos, importa ir mais além. Importa dinamizar políticas que, no terreno, cumpram a missão de dar a maior dignidade possível a cada idoso e
promover, igualmente, a longevidade.
Um dos maiores desafios atuais é, sem dúvida, manter esta franja da população ativa e saudável. A evidência científica é clara, a atividade física ajuda a desacelerar o declínio da capacidade funcional, aumenta a autonomia e melhora a saúde mental.
Em 2020, viviam na Região Autónoma da Madeira 43670 idosos. O nosso índice de envelhecimento, nesse mesmo ano, foi de 132,9, ou seja, para cada 100 jovens, existem praticamente 133 idosos. No que concerne ao nosso País, Portugal é a 4ª Nação mais envelhecida e em 2030 passará a ser o 2º País mais envelhecido da Europa e o 3º em todo o Mundo.
Os números não enganam e esta é uma realidade que temos de assumir. Somos cada vez menos e mais velhos. No passado defendi, e continuo a defender, que é fulcral encetar políticas para um envelhecimento ativo e positivo. Defendo que necessitamos de ter Regiões e cidades amigas dos idosos. Cidades que ofereçam condições e que estimulem o envelhecimento ativo, que promovam a qualidade de vida, que adaptem as estruturas e serviços de forma a propiciar a inclusão de todos, conforme as suas diferentes necessidades e graus de capacidade.
Importa ir mais longe. O envelhecimento, é uma das áreas cujas políticas públicas terão necessariamente de se dedicar, de se envolver e, mais do que intenções, encontrar as estratégias adequadas.
Importa também ultrapassar mitos e preconceitos e mudar a visão da sociedade sobre o envelhecimento, pois já se percebeu que a idade cronológica é cada vez mais irrelevante. Afigura-se premente repensar o crescimento económico atendendo ao envelhecimento da população. As políticas sociais têm que ter em conta o envelhecimento, a longevidade, como veículo para um maior crescimento da economia, à semelhança de economias mais desenvolvidas.
Para além disso, com a alavancagem de políticas públicas na área do envelhecimento, aumenta-se o número de empregos afetos a esta área, contribuindo para um robustecimento do nosso sistema de proteção social.
Urge encetar uma reforma nas políticas ligadas ao envelhecimento e longevidade, que vai desde, e não se cingindo, ao reforço das pensões, ao incremento do apoio domiciliário e aposta nos cuidados médicos ao domicílio, ao aumento da rede de cuidados continuados integrados, ao reforço das ajudas técnicas, a novas respostas residências, nomeadamente programas de residências partilhadas seniores, à criação de um programa de apoio à adaptação das habitações e à promoção de famílias de acolhimento para idosos.
É essencial, também apostar na educação e sensibilização da sociedade no que concerne à desmistificação do conceito de envelhecimento, reforçando a mensagem que as pessoas mais velhas são cidadãos de plenos direitos e capacidades.
No dia Internacional do Idoso, que não se celebre apenas o Idoso. Que se garanta uma maior dignidade e qualidade de vida no envelhecimento e na longevidade.