A - Desde logo, a família que nos acolhe. Os pais que nos recebem, os irmãos que nos embalam, os primos que nos envolvem, os avós que nos acarinham, os tios que nos acariciam, os padrinhos que nos abençoam. É o nosso primeiro encontro que nos marca, define, estrutura e nos vai acumulando de valores e atitudes.
B - Vem depois a primária ou primeiro ciclo que nos enriquece o espírito, exige esforço e organização, integra-nos em comunidade, desperta-nos para os amanhãs da vida. Construímos as primeiras amizades fora do ciclo familiar, e descobrimos a partilha.
C - Seguem-se os ciclos preparatórios e secundários, que nos colocam perante a tomada de opções, a dificuldade e o efeito das escolhas. Aparecem as crises da dúvida de quem somos e para que somos, porque estamos e para onde vamos. As paixonetas, os entusiasmos, os desencantos. A descoberta do corpo, os batimentos mais fortes do coração perante pessoas e situações que nos embaraçam ou nos complementam. Entramos num grupo que nos sinaliza e convida a celebrar a nossa passagem, por convívios que se vão repetindo a perpetuar memórias e vivências.
D - O mundo do trabalho que escolhemos, ou que nos surgiu em acaso, onde vão desaguando as capacitações que fomos adquirindo, enriquece-nos a lista dos contactos, das amizades, dos encontros combinados para usufruir dum evento, para espairecer das semanas de labuta. Naturalmente vamos selecionando e limitando o grupo convivial, associando interesses, simpatias, cumplicidades, ocorrências.
E - Podem surgir as oportunidades para as opções ou filiações partidárias, onde o companheirismo nos agrega em volta de programas e ideias com que nos identificamos, que fomos bebendo de figuras que nos cativam, de leituras que nos absorvem, de cargos que nos propõem, de ações que gostaríamos de ver concretizadas na comunidade a que pertencemos. E o grupo acolhe-nos, entusiasma-nos, desafia-nos, exige-nos.
F - Há quem passe por vivências ligadas ao mundo da religião ou da fé, integrando grupos de reflexão do mistério da vida, encontros de interajuda e oração, confrarias e irmandades de louvor, ação e prece, divulgação de exemplos e perpetuação de doutrinas que vão pautando atitudes e comportamentos, desbravando caminho à solidariedade, à caridade, à dignificação que nos intensifica a vida.
G - Há quem adira aos grupos ou atividades culturais, onde a recolha de tradições e a criatividade conduzem à apresentação em variadas formas, podendo referir-se a dança, o canto, a exibição instrumental, o teatro, os concertos, os espetáculos… Não faltarão oportunidades para as tertúlias, onde a literatura se irmana com a música, numa associação amplamente louvável e feliz, enriquecedora para quem vai vivenciando a vertente cultural.
H - Há quem se entregue à atividade física, optando por variadíssimas práticas desportivas, onde é enorme a aprendizagem da autodisciplina, da camaradagem, do espírito de equipa. Torna-se imperioso ter contenção no esforço, preparação adequada, nutrição atenta.
Quem pratica desporto fica marcado por «mens sana in corpore sano».
Em resumo:
Tudo o que referi, e muito mais poderia aqui trazer, são encontros que marcam vidas. São oportunidades de acumular relações que nos envolvem em bem-estar emocional, em equilíbrio de caminhada pelos trilhos que a vida nos coloca.
A vida de cada um de nós é indubitavelmente marcada pelos ENCONTROS que nos encontram.