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Artigo de Opinião

Deputada do PSD/M na ALRAM

10/11/2021 08:01

Os motivos deste chumbo à esquerda de um Orçamento que mantinha a radicalização governativa a que todos assistimos são mais que evidentes, senão vejamos: o governo pretendia enterrar mais 3 mil milhões de euros na TAP e na CP, continuou a ignorar a trajetória de empobrecimento do país dentro da União Europeia que já nos coloca atrás dos países de leste, e teve a fraca visão no que se refere à criação e implementação de medidas que estimulassem o crescimento económico. Este governo socialista limitou-se a utilizar a bendita "Bazuca" da Europa como tábua de salvação para o país, e esqueceu-se de arrumar a casa; esqueceu-se que são necessárias reformas estruturais para o país poder avançar e não continuar na cauda da Europa, a envelhecer e a empobrecer dia após dia.

Mas o facto, é que nada disto é inocente; na sua avidez eleitoral de sempre, António Costa olhou para a direita, olhou para a esquerda e achou que este era o seu momento de voar sozinho! Até maioria absoluta já pediu, e até já afirmou que se perder as eleições legislativas abandona a liderança do Partido Socialista. Daqui se conclui que este PS não quer nem sabe ser oposição, não acredita na alternância democrática, e quiçá, já tem planos para cilindrar os seus adversários.

Importa recordar, que ainda estamos em pandemia, e que os efeitos desta crise de saúde pública estão longe do seu auge; é insensato pensar que tudo passará e que o PRR irá resolver tudo. Aliás, se a aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência não fôr devidamente planeada e implementada, estes fundos serão um mero paracetamol para a doença do país, não cura a infeção, apenas tira a dor e a febre.

Nestes seis anos de geringonça, a classe média viu cair-lhe no colo mais impostos que em 2011 no auge da crise económica; uma austeridade escondida, mas diária, onde o IVAucher é a invenção do século. Aquilo a que se assiste, é a uma austeridade escondida, uma sociedade cada vez mais debilitada através de políticas económicas que não criam riqueza e que apenas reparte subsídios, aumentando assim a pobreza e incrementando as desigualdades e o descontentamento social.

O desafio é simples: temos que repensar o país! Mais do que nunca é preciso uma mudança de rumo, com ideias claras, com o propósito de repensar Portugal, para que deixemos um país melhor às futuras gerações.

É urgente repensar um país com propósitos sociais e económicos amplos; há que melhorar o serviço público de saúde, mas não marginalizar o privado; aprimorar o sistema educativo; tornar os serviços sociais mais céleres e mais justos; cuidar do ambiente, preparar o país para as alterações climáticas; desburocratizar a máquina fiscal; agilizar a justiça e torna-la mais justa aos olhos dos cidadãos; apoiar a agricultura; preservar a cultura e as tradições.

Para tudo isto, há que dar tempo aos partidos que concorrem às eleições legislativas, para que se apresentem os melhores líderes de cada partido e os projetos mais consistentes; afinal de contas, Portugal merece!

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