Nos dias que correm, com a grande inovação e crescimento das redes sociais (as quais adoro), têm vindo a crescer constantemente opiniões sem fundamentos, desrespeito e julgamentos. Isto sem contar com os especialistas que acham ter a sabedoria do livre-arbítrio.
É importante considerar que ter uma opinião é, por natureza, uma expressão do pensamento individual. Mas quando várias opiniões são formadas sem uma base sólida de conhecimento, corremos o risco de espalhar desinformação.
Muitas vezes, as pessoas baseiam-se em informações superficiais, ou em opiniões de terceiros, sem procurar entender o contexto de um tema. O que interessa é ser o primeiro a emitir uma opinião, partilhar e congratular-se com os likes, o que, no final do dia, resulta em debates rasos, polarizados e, muitas vezes, hostis.
Existem perfis nas redes sociais que são conhecedores de todas as áreas e acham que, além de ser experts, podem impor a sua opinião e ferir quem for preciso, sem entender as consequências que daí advêm. Acham que o seu desrespeito pode escudar-se nas palavras “democracia” e “liberdade”.
A propósito, utilizando o exemplo da falta destes dois elementos na Venezuela, podem comparar o incomparável, apontar o dedo e chamar impropérios sem se importar com a gravidade do assunto.
Julgar sem conhecimento é uma armadilha em que todos nós corremos o risco de cair.
É essencial lembrarmo-nos que a verdade é frequentemente mais complexa do que parece à primeira vista. Por isso, antes de apontarmos o dedo, devemos refletir sobre o impacto de nossas palavras, ter em consideração até onde estas palavras podem chegar.
Hoje, dificilmente nas redes sociais testemunhamos pedidos de desculpas, ou, pelo menos, uma retificação.
Na atualidade, uma pessoa é julgada na praça pública antes de ser julgada num tribunal.
Hoje, é mais fácil culpar a causa dos incêndios do que congratular os bombeiros ou a proteção civil, e, claro, sempre será mais fácil, desde o sofá, pedir para os outros fazerem qualquer coisa.
A política atual vive um momento singular, onde a desinformação, os perfis falsos, os blogs e as falsas opiniões proliferam a uma velocidade surpreendente, especialmente nas redes sociais e no dia a dia das pessoas.
Este fenómeno não apenas distorce a realidade, como também gera consequências profundas nas decisões coletivas e na confiança das instituições democráticas.
O pior é, ainda, vermos “políticos” ou militantes partidários a fazer este jogo. Ou, por outro lado, candidatos a “presidentes do governo” que apontam e chamam nomes, mas que, quando enfrentaram, no passado, situações difíceis e tragédias, preferiram fugir ao invés de as enfrentar.
É importante que nós, políticos, saibamos dar o exemplo perante a sociedade. Saibamos incentivar um ambiente de debate saudável e respeitoso na esfera política.
É necessária a promoção de uma cultura de escuta e análise crítica, que pode ser essencial para que os cidadãos possam posicionar-se de maneira informada.
Temos, todos, que ser responsáveis, não incentivar os “achologistas” nem nos convertermo-nos num deles.
Todos os dias, temos a oportunidade de transformar e ajudar a nossa sociedade com diversas ferramentas e os “palcos”.
Vamos, todos, contribuir para uma sociedade sem julgamentos precipitados.