Em qualquer relação humana quando há entendimento entre as partes tudo se torna mais fácil, principalmente nos momentos mais difíceis. Para isso, as pessoas devem lá estar porque querem e porque sentem que o que fazem é reconhecido e tem significado.
Nas empresas e nas organizações é igual. Espero não estar a dar nenhuma novidade, mas as empresas e os clientes surgem das relações humanas (mesmo com a inteligência artificial e tecnologias de ponta), por uma razão simples: são pessoas. Os colaboradores, os fornecedores, os chefes e os patrões são… pessoas. E nós sabemos como são as pessoas, a serem pessoas.
Quando alguém não está bem, por qualquer motivo, ou não se sente integrado ou enquadrado nas funções que faz e nos objetivos da organização, o trabalho não flui, o que compromete os procedimentos de toda a equipa, pondo em causa a saúde financeira e a sustentabilidade do negócio. Não é que esse alguém "seja mau diabo". Vamos partir do princípio de que não é. É a tal coisa: é pessoa.
Sentir-se bem a maior parte do tempo, e em qualquer circunstância, é a essência para que a empresa possa manter-se forte em todos os momentos, para resolver os problemas de forma rápida, para ter tempo para pensar no crescimento da empresa em vez de estar "a apagar fogos" e a resolver imprevistos e conflitos. Equipas que estão bem trazem retorno à empresa.
Enquanto cliente é constrangedor sentir o mal-estar entre colegas de uma empresa ou assistir à bronca que o chefe dá ao colaborador. Não dá vontade de voltar, nem dá credibilidade. Mais importante do que isso: é o reflexo do ambiente na equipa.
A felicidade não é uma ideia romântica. Não é andar às gargalhadas a toda hora. Também não é um caso de sindicato, nem é sobre "os meus direitos" e "os deveres dos outros".
Segundo o estudo "Happiness Works 2021", apresentado no evento "Empresas Felizes 2021", os trabalhadores felizes faltam menos 36%, têm menos 45% de vontade de mudar de empresa e sentem-se 9% mais produtivos.
O estudo "Happiness Works" é o único projeto de investigação sobre felicidade organizacional em Portugal. Desse estudo surge um ranking de empresas mais felizes. Em 2021 temos empresas de todos os ramos, por exemplo: YKK Portugal (acessórios de vestuário); Grupo Bernardo da Costa (distribuição de equipamento de segurança, Formação, Instalação Elétrica, Construção Civil, e AMCO (intermediários de crédito), Mendes Gonçalves (molhos). Nenhuma delas está falida, muito pelo contrário.
Esqueça para já os rankings se isso o deixa aflito. A sua empresa pode realizar pequenas mudanças e ser mais produtiva e eficiente. O primeiro passo é responder sinceramente a esta pergunta? Conhece a sua empresa e a equipa? Desafio-o a confirmar se sabe as respostas que cada elemento da sua equipa daria a estas perguntas, que foram igualmente feitas às empresas consideradas felizes e lucrativas:
Gostaria de mudar de empresa? Tem um bom ambiente de trabalho? A comunicação na organização é fácil? A organização tem processos de trabalho bem organizados? Permite a rotação de funções? A organização tem um propósito? Os valores da empresa são vividos no dia-a-dia? Todos os colaboradores partilham a visão da organização e têm o apoio que precisam da Direção?
O crescimento acontece quando o bem-estar faz parte da estratégia do negócio. É um trabalho de autorresponsabilização de todos os que fazem parte da empresa. Todos sem exceção.
Alícia Teixeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas