Apesar de alguns afirmarem que nem só de bolo de caco e poncha vive o madeirense, esquecem esses velhos do restelo, que o PIB da Região Autónoma da Madeira depende e muito do sucesso e da qualidade da poncha e do bolo do caco. E a este propósito os números da Direção Regional de Estatística são claros: no primeiro semestre deste ano, os proveitos do sector do turismo para a economia regional ascenderam a 59,1 milhões de euros, representando um acréscimo de 11% do que no igual período do ano passado; já são quase um milhão de dormidas num semestre, e as previsões apontam para novos recordes até ao final do ano.
Agosto é um mês de férias por excelência, é o mês em que acontece o maior número de arraiais e festas populares; a 15 de Agosto é o dia em que se celebra a festa da Assunção de Nossa Senhora e é denominado pelos mais antigos como o "Dia das Sete Senhoras".
São 7 festas religiosas por todo o arquipélago, que se efectuam a 15 de Agosto na nossa terra são: Nossa Senhora do Monte, na freguesia do Monte (Funchal), na paróquia de Cristo Rei (Ponta do Sol) e na capela dos Lamaceiros (Porto Moniz); Nossa Senhora da Graça, nas paróquias do Estreito da Calheta, Estreito de Câmara de Lobos e na capela de Nossa Senhora da Graça (Porto Santo); Nossa Senhora da Guadalupe, na freguesia do Porto da Cruz e Nossa Senhora da Ajuda, na Paróquia da Serra de Água.
Mas para que tudo isto funcione, há quem trabalhe de forma afincada e dedicada; os empresários, os funcionários de todos os estabelecimentos de hotelaria e restauração, os funcionários da limpeza das autarquias, a polícia de segurança pública, os barraqueiros, os músicos... enfim, todo um conjunto de pessoas que tornam possíveis as férias e as festividades! A todos eles, obrigada!
Mas este mês de Agosto também tem sido produtivo em matéria política, ou não fosse este ano de eleições legislativas regionais. Por entre o disco riscado socialista que continua a repetir palavras como "mudança" e "estratégia", sendo que nem no interior da sua estrutura consegue operar mudanças decentes, a escandalosa cambalhota do PAN, os extremismos do CHEGA pendurados ao pescoço de André Ventura, as promessas mirabolantes e fantásticas do IL, a brigaria do JPP onde tudo continua igual, a tentativa de ressuscitação do BE e do PTP, e a cassete do PCP, eis que o prazo de entrega das listas findou, e agora começa o frenesim da pré-campanha.
Da minha parte, enquanto cidadã, eleitora e elemento candidato pela coligação "Somos Madeira", continuo a encarar a política como uma missão e um exercício de cidadania ativa, onde qualquer um pode ser chamado a colaborar e participar. Considero que sou filha da autonomia, porque tive a felicidade de nascer numa Madeira livre, autodeterminada e autónoma, e também tive a oportunidade testemunhar na primeira pessoa a evolução desta terra nas últimas 4 décadas.
Lembro-me bem do que era andar quase uma hora a pé para ir para a escola, da alegria que era chegar às festas de Agosto para andar com um cordão de doces ao pescoço, de ir ao Funchal meia dúzia de vezes no ano depois de uma viagem de "camioneta" de duas horas pelo poiso... lembro-me da vida dura dos meus avós agricultores que me diziam todos os dias para estudar, e faço questão de transmitir estas vivências aos mais novos e também aos mais esquecidos, porque a qualidade de vida que temos actualmente não caiu do céu!
Foi preciso espírito de luta, reivindicação e dedicação à causa pública, para que a Região Autónoma da Madeira se tornasse naquilo que hoje vemos e vivemos!
Este legado de luta, estas conquistas da autonomia não podem nem devem ser esquecidas, sob pena de perdermos a nossa identidade e de regressarmos a um passado de vassalagem, que nenhum madeirense ou portossantense em seu perfeito juízo deve desejar que se repita.
Sejamos um povo com memória, e que a luta por mais e melhor autonomia continue!