Gosto muito de dar presentes nesta altura. O espírito natalício enche de felicidade a minha alma.
Gosto de oferecer para os meus entes queridos o melhor que posso dar. Mas, desta vez, quero ser uma pessoa melhor, ir mais além e dar um presente à nossa oposição. Não é que dela goste muito, mas, depois dos últimos episódios - o chumbo ao orçamento e a aprovação da moção de censura - merece, mesmo, receber algumas prendas para refletir e para a ajudar, neste dia de Natal, a encontrar o seu caminho.
Ora então, Boas Festas!
Bússola: Evidentemente é o que precisa o Partido Socialista da Madeira com a liderança atual. Não é para saber chegar ao Porto Moniz, à Ponta do Sol ou a Machico. É, precisamente, para encontrar um rumo, encontrar algum sentido na sua direção.
Senão vejamos: um partido que adia uma moção de censura para que seja discutido o Orçamento Regional e, depois, vota contra esse mesmo Orçamento à espera que o partido proponente da moção vote a favor, só pode precisar de se encontrar.
Se hoje a Madeira está em duodécimos é por culpa do PS Madeira, ainda que digam que não há problema em viver sem Orçamento e que não deve existir drama por se querer arrastar a Madeira para instabilidade.
É, no mínimo, caricato, este partido sem rumo, sem estratégia e sem noção. Um partido sem ideologia que, um dia, não quer nada com o Chega e, no dia a seguir, segue, como bons meninos, as ordens de André Ventura desde Lisboa, aprovando uma moção de censura que diz mal....do próprio PS. De certeza, que, nesta manhã de Natal, a bússola será bem recebida, entre amor e pijamas vermelhos.
Um espelho: Não podia oferecer outra coisa aos senhores do JPP que não fosse um espelho. Trata-se de um partido que acusa todos de não fazer o que eles também não fazem.
Dou alguns exemplos do que eles pedem, mas que não tem sido uma prática em Santa Cruz.
Exigem, no parlamento regional, que se devolva mais rendimentos às famílias, mas, no município onde governam, devolvem apenas 1% do IRS, quando podem devolver até 5%. Exigem, na cidade, menos impostos, mas, onde governam, cobram taxas ilegais e a derrama. Apontam o dedo ao PSD, dizendo que não é de confiança, mas fazem um acordo e, quatro horas depois, já dizem que não ter acordo nenhum. Gostam de gritar pela transparência, mas quando são pedidos documentos no município de Santa Cruz, preferem fingir que não é nada com eles.
Pensando bem, este Natal, os irmãos Élvio e Filipe Sousa, donos do Partido Juntos Pelo Povo, vão receber não um, mas dois espelhos... para que não briguem desta vez.
Bandeira da Madeira: O Partido de André Ventura precisa, urgentemente, de receber uma bandeira da nossa Região. O Chega nacional decidiu apresentar, na Madeira, uma moção de censura, apresentando-a contra a vontade do seu próprio partido por cá. No entanto, aqui acatam rapidamente, porque, tanto uns como outros, percebem pouco de Autonomia.
É um partido comandado por Lisboa, com uma veia altamente centralista. Ventura achou por bem vingar-se de Luís Montenegro através da Madeira, como se isso afetasse, de alguma forma, a vida do Primeiro-Ministro.
Após a aprovação da moção de censura, o próprio presidente do Chega exigiu ao presidente do PSD Nacional que afastasse, de imediato, Miguel Albuquerque, como se nós fossemos uma colónia qualquer, como se nossa autonomia e nossa liderança se intimidassem por líderes nacionais, como se a nossa luta autonómica, alguma vez, ficasse em causa por uma ventura qualquer.
O Chega, de Lisboa, pode mandar as vezes que quiser nos seus companheiros da Madeira, mas, no PSD Madeira, quem manda são os seus militantes.
Hoje, de cá, André Ventura só pode receber, da minha parte e dos Madeirenses, como recordação e alerta, uma bandeira da Madeira e um postal com a frase: “Das ilhas, as mais belas e livres”.