Sendo o Turismo um vetor fundamental para o nosso país e para a Madeira em particular, este sector económico tem beneficiado dos reflexos dessas ligações, geralmente estabelecidas por acordos de geminação. Face à natureza das atividades económicas mundiais em presença e à dimensão da economia regional, a dinamização de uma diplomacia económica local beneficia, em muito, do vínculo histórico que Portugal possui, harmonizado pelas suas relações históricas e privilegiadas.
Este novo modelo de relacionamento internacional entre os povos imposto pelo presente século, numa altura em que as cidades estão mais próximas, permite a superação das dificuldades existentes entre Estados, cooperando de um modo local aos desafios globais. Por isso, a diplomacia local surge como a necessária aproximação neste mundo partilhado, por ser o pressuposto unificador que não colide com as divergências globais. Nesta aparente dicotomia, as regiões e os municípios são o meio privilegiado para a tarefa de refutar diferenças, aproximando economias e culturas.
Portugal detém uma impressionante vantagem, atendendo às suas ligações históricas, linguísticas e culturais, alicerçadas em séculos comuns a outras nações de vocação oceânica e, nesta comunidade formada pelos cidadãos que compartilham a língua portuguesa, reside a solução para os novos desafios. Nos firmes alicerces da lusofonia, assentes na identidade cultural de oito países, subsiste uma complementaridade fulcral que Portugal e a Madeira podem e devem impulsionar.
Implica assumir a lusofonia como a plataforma prioritária a partir da qual os seus povos privilegiam a cooperação entre si, aproveitando, como nunca sucedeu até à data, os vínculos e as vantagens que os unem, na certeza de que essas ligações beneficiarão todos, reforçando os seus mercados e cada uma das economias.
Nestas ilhas responsáveis por unir continentes, através de eventos de dimensão internacional, criando relevantes oportunidades para parceiros hoteleiros e restauração e comércio, encontramos um retorno de significativas consequências sociais, culturais e económicas que junta os povos a partir dos seus exemplos, numa mensagem de esperança que persiste quando a consciência global falha.
Às portas do início de um novo ciclo, deixo como desejos ao Pai Natal os votos para uma Macaronésia renovada, fortalecida numa plataforma de diálogo inter-arquipelágico, direcionada para uma profícua troca de experiências na gestão dos territórios insulares, solucionando em comum as questões de desequilíbrios regionais, os problemas de descontinuidade territorial, de fragilidade nos mercados internos, de dependência de ciclos de monoculturas, deixando de serem tão diasporizadas.
A Macaronésia não é apenas um termo biogeográfico, um conceito criado por botânicos ou um espaço imaginário de pertença. Com óbvias vantagens económicas, sociais e culturais, é para este desafio que vos convido, estando certa das vantagens da formalização institucional da Macaronésia. Será nesse ensejo que estarei empenhada, sendo este o repto para o qual vos convido no novo ano.