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Artigo de Opinião

16/10/2022 07:45

2022 é o Ano Europeu da Juventude no Parlamento Europeu e o Partido Socialista (PS) junta-se às celebrações com o evento 9 for Youth, 9 eurodeputados e 200 jovens de todos os cantos de Portugal.

Quando embarquei nesse avião, muitas das minhas preocupações eram semelhantes às dos jovens de hoje em dia, mas simplesmente não havia forma de as materializar. Os 9 deputados do PS criaram 9 grupos de trabalho, cada um com cerca de 22 jovens de todas as regiões de Portugal, inclusivé da Região Autónoma da Madeira e dos Açores, e escolheram as suas 9 principais prioridades para a União Europeia. De seguida, os jovens escolheram um porta-voz por grupo e com provas dadas de capacidade de discussão, negociação e liderança apresentaram-nas aos Eurodeputados.

Questões como acesso a transporte público gratuito, para todas as pessoas, no espaço Europeu; a criação de um "voucher cultural" para os jovens de todos os Estados-Membros para aceder a museus, concertos, cinema, teatro, literatura e outros mostram que os jovens, hoje em dia, têm uma visão internacional e livre do espaço europeu.

Iniciativas como um programa Europeu de apoio à habitação Jovem por forma a incentivar a emancipação jovem através de um programa de apoio à habitação jovem que subsidia a compra ou arrendamento da 1ª casa a jovens, até aos 30 anos, cujo rendimento esteja abaixo de um determinado valor; a proibição dos estágios não remunerados ou remunerados abaixo do salário mínimo do país onde o mesmo decorre; e a promoção da reconversão profissional de quem perde o emprego devido à transição digital mostram o quão socialmente conscientes os jovens hoje em dia estão e como vivem as dificuldades que caracterizam a sua geração.

Propostas como o investimento na independência energética a longo prazo da UE, através de energias renováveis e limpas; a limpeza dos oceanos, proteção da biodiversidade e maior adaptação para lidar com os impactos das alterações climáticas, como secas e cheias, reforçam a visão ambiental e sustentável que os jovens têm acerca do planeta e a consciência de que as alterações climáticas não são uma teoria acerca de um problema do futuro, mas sim o entendimento e a noção de que é uma adversidade bem presente e emergente.

E, por último, a ratificação por parte da UE da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção de Istambul); e um pedido de mais ação e estratégia europeia sobre a saúde mental reforçam a convicção de que os jovens sabem que o futuro é uma sociedade civil mais socialista, capaz de cuidar de todos e de permitir que todos possamos viver a nossa vida em felicidade e harmonia não só com os outros, mas também connosco próprios.

Hoje, no Parlamento Europeu, sou uma das deputadas mais jovens. Olho para este evento que organizamos na delegação do PS com orgulho e a consciência de que estamos no caminho certo. Gostaria que, no início da minha juventude, fosse dada esta atenção às minhas preocupações e de jovens como eu, como foi dada a estes jovens talentos.

Retire-se a ideia de que os jovens são o futuro do país e que a sua participação nas políticas locais, regionais, nacionais, europeias ou internacionais só está adstrita ao momento em que os decisores políticos atuais se retiram de cena. Os jovens são precisamente o presente e demonstram situação após situação, encontro após encontro que têm capacidade, visão e sensibilidade para participar na construção do bem comum. É pois altura de ter mais jovens nos diversos cargos políticos, seja como autarcas e deputados nas diversas assembleias e parlamentos. Tal como aliás realizado durante a liderança do Emanuel Câmara no PS-Madeira, que num gesto ousado e inédito a nível regional, apostou em jovens para integrarem os três Parlamentos em que o PS-M está presente. Embora, infelizmente, tal não se tenha verificado aquando das listas para a Assembleia da República em 2021. Numa altura em que se começam a preparar as próximas eleições, que não se repitam os erros do passado. Os jovens merecem ser ouvidos e, acima de tudo, merecem estar representados nos mais altos lugares de decisão. Afinal, também somos o presente.

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