Depois da pandemia e da guerra na Ucrânia, era só o que nos faltava, a escalada de violência entre Israel e a Palestina. O fantasma das Cruzadas devia assombrar-nos o suficiente para impedir que a história se repetisse. No entanto, persistimos nos erros do passado. Estamos há 78 anos nesta constante espiral de guerra e massacres, desde a criação do Estado de Israel por deliberação da ONU, em 1948, em território palestiniano. E não há nada, nem ninguém, que consiga uma coexistência pacífica e ponha termo à barbárie naquela região do globo.
Estarmos, em pleno séc. XXI, a fazer guerra por território e religião, leva-nos à triste conclusão de que não só não aprendemos nada com a história, como somos governados mundialmente por um bando de idiotas.
O Médio Oriente precisa de encetar o seu próprio movimento ecuménico, tal como fez o Papa João XXIII com o concílio ecuménico da Igreja Católica, para a conciliação entre as diversas Igrejas cristãs no século passado e a abertura e modernização da Santa Sé ao mundo. A tolerância é a cultura que nos afasta de qualquer tipo de fundamentalismo e permite que cada um adore Deus à sua maneira, como defendia João Calvino, é uma lição que já não é passível de ser contestada.
2-Dizer tudo para logo a seguir dizer o seu contrário é algo a que os políticos nos habituaram. Miguel Albuquerque tem sido perito nisso, primeiro com a ameaça de demissão, caso não obtivesse maioria absoluta, para logo a seguir às eleições, dar o dito por não dito e tratar de arranjar mais uma coligação para poder continuar a governar. A ver vamos se este será o seu último mandato. Albuquerque também prometeu limitar por iniciativa própria a Presidência do Governo Regional a três mandatos e, poeticamente, será o próprio partido a encarregar-se disso. Depois do desastre eleitoral destas eleições, Pedro Calado é o homem que se segue.
O PAN, embora seja mais novo nestas andanças, também antes das eleições era contra a estrada das Ginjas e o Teleférico do Curral das Freiras pela suposta ameaça ao meio ambiente e agora já não sabe se é.
Se havia alguma esperança, ténue, para uma amenização dos desafios que o arquipélago enfrenta em termos paisagísticos e ambientais, isto é uma boa amostra do que podemos esperar nas questões mais prementes referentes à proteção do meio ambiente. A resposta é zero. Continuaremos com a extração selvagem de inertes nas nossas linhas-de-água e faixa costeira, com a pressão turística em zonas de Laurissilva, como o Ribeiro Frio, o Fanal e Rabaçal, a anarquia urbanística em meio rural, a aquacultura, sem os planos de ordenamento da Orla Costeira, que permitirão a construção de empreendimentos como o da Praia Formosa.
Ao que tudo indica, o PAN, vai ficar os próximos quatro anos "a analisar" os respetivos diplomas e a tentar passar entre os pingos da chuva sem se molhar. A palavra "causas" que tanto gostam de evocar, tipo gravador, ficaram reféns da política do "nim", nem sim, nem não. A continuar assim, não há machismo, nem feminismo nem que lhes valha.