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Artigo de Opinião

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17/10/2024 08:00

A OMS (Organização Mundial de Saúde) escolheu como tema do ano de 2024 a saúde mental nas organizações: “É hora de priorizar a saúde mental no ambiente de trabalho.”

Esta decisão está enquadrada no Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013–2030, um marco que comprometeu todos os Estados Membros a implementar ações para transformar a saúde mental globalmente, reconhecendo a importância dessa área para o bem-estar geral e o desenvolvimento socioeconômico das populações.

A decisão foi tomada tendo por base o aumento significativo de transtornos como ansiedade e depressão, acentuado durante e após a pandemia de COVID-19, destacando a necessidade de criar ambientes de trabalho que sejam seguros e que promovam a saúde mental. Dados de 2024 (World Health Organization - WHO) referem que as perdas econômicas globais devido a estas condições somam aproximadamente 322 mil milhões de USD por ano, destacando a necessidade urgente de intervenções eficazes para mitigar esse impacto.

Este foi apenas um dos dados a que tive acesso numa iniciativa, levada a cabo por uma empresa minha Cliente, onde o orador de abertura foi o conhecido e reconhecido psiquiatra e psicoterapeuta Vítor Cotovio (VC).

Foi igualmente referido um estudo levado a cabo pela ordem dos psicólogos em Portugal (OPP) – “Custo do stress e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho” (fev. 23) - que determina um custo de 5,3 mil milhões de euros por ano para as empresas em Portugal!

Para além de altamente inspiradora a palestra abordou variadíssimos pontos e temáticas.

De entre momentos onde referia a importância de não se confundir “felicidade no trabalho” com “bem-estar organizacional” ou declarar algum desagrado com o facto do “burnout” ou a depressão correrem o risco de se tornarem um lugar comum, reforçando que a identidade de cada um não pode, nem deve ser confundida com um diagnóstico, existiram momentos práticos e foram retratadas situações de forma absolutamente real.

“Adoramos apanhar as pessoas a fazer as coisas mal, quando deveríamos apanhar as pessoas a fazer as coisas bem”, afirmou a determinada altura, a propósito da liderança cuja responsabilidade é fundamental neste contexto.

Chamou ao medo “o cancro das organizações” colocando-o de mãos dadas com a ansiedade. “O medo combate-se com a segurança, a ansiedade combate-se com a confiança” (VC).

Há anos que me deparo com empresas que investem em inúmeras condições nas suas instalações, por vezes, de uma criatividade inacreditável. Acreditam que com um bom saco de box, uma mesa de ping pong ou mesmo uma sala para jogar X-box na hora de almoço vão produzir o tal “bem-estar” tão necessário. Mas são essas mesmas empresas que me chamam para tratar das suas equipas porque, não se percebe como, não está a resultar! Pedem-me com frequência as tão famosas “ações de motivação” que, há já bastantes anos, me nego levar a cabo já que a motivação é uma consequência de um ambiente inspirador e não um fim por si só!

Nessas alturas a minha abordagem, que ontem senti validada por um especialista, é sempre a chave da organização: a liderança!

Essa, refere VC deve existir com triplo E – de ética, empática e estética - e triplo foco – interno, externo e outros.

De entre tantos e tão interessantes temas surge com a afirmação que deu título a este artigo.

Há uma diferença entre as organizações fazerem coisas PARA produzir bem-estar e as organizações fazerem coisas POR QUE criar condições de bem-estar promove um ambiente onde as pessoas desenvolvem competências melhorando a produtividade (VC).

É, mais uma vez, no propósito que está a diferença!

A sua organização faz coisas “para” o bem-estar ou “porque” o bem-estar é um fator chave de sucesso?

Fica a reflexão!

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