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Artigo de Opinião

29/06/2024 08:00

Vermelho: O bloqueio

A democracia não funciona. A sede de poder e vingança são pedras basilares. A pluralidade é, afinal, um saco de pulgas. Isto é, provavelmente, o que os madeirenses pensam sobre a actualidade política da nossa terra. Anos e anos, a advogar que maiorias absolutas eram uma enfermidade na democracia, que lesavam os interesses dos cidadãos e feriam de morte a representatividade de diferentes visões e credos, para chegarmos à ostentação vergonhosa do egocentrismo e populismo a que hoje todos estamos entregues. A tal maravilha do estabelecimento de pontes de diálogo e interesse para o bem comum, para a salvaguarda dos interesses da Madeira e dos madeirenses, só funciona noutras latitudes. Por aqui, impera a mesquinhez e o ressabiamento que leva a que partidos como o PS digam votar contra um programa de governo, sem nunca o terem lido e se recusem a sentar, com o partido ganhador das eleições e o governo regional empossado, para discutir e incluir propostas suas, no programa a ser executado durante a actual legislatura. Do PS, esperava-se maior sentido de responsabilidade.

A reunião nas costas dos madeirenses, foi a forma chalacista como o JPP apelidou a aproximação e tentativa de criação de consensos, por parte do PSD, para garantir a governabilidade da Região Autónoma da Madeira. Certo é que do partido que vive da intriga e mentiras avulsas, não se podia esperar outra coisa que não uma série de desculpas esfarrapadas, para fugir à responsabilidade perante aqueles que neles votaram. E ao contrário do que pensam, o problema não está nas costas dos madeirenses, mas aos olhos de todos, o triste espectáculo, de quem se refuta a cumprir a vontade do povo.

Também não será de perdoar, o que tem sido a atitude fratricida dos que decidiram fazer o jogo e discurso da oposição, pondo em causa a legitimidade do PSD e tentando partir a roda para daí tirar dividendos. O que esperam ganhar, sinceramente escapa-me, porque depois de tudo seco, nada germina. Isto é um facto.

No entanto, há que enaltecer a atitude, sentido democrático e inteligência dos partidos que acederam sentar-se à mesa dos adultos, exigir medidas e encontrar pontos convergentes, que permitam dar à Madeira a estabilidade e capacidade governativa de uma região com futuro. Aqui não se trata de validar lideranças, isso foi feito previamente e por quem de direito, mas sim de não deixar em suspenso as famílias, os investidores e todo o tecido empresarial, social e desportivo.

Perante este bloqueio e após apresentação do novo programa de governo, mais pluralista, inclusivo e transversal de sempre, ninguém ficará indiferente à sua votação e ao que daí advir. Certo é que de uma maneira geral, os madeirenses esperavam mais dos partidos políticos e saberão, na altura certa, dar a resposta que merecem. E também não ficarão chocados quando lhes baterem novamente à porta a pedir maiorias absolutas. À segunda, só cai quem quer.

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