Muito do que somos, resulta das experiências que tivemos quando crianças. Amor e desamor. Família ou ausência dela. Equilíbrios e desequilíbrios. Construímos o nosso caminho regressando à nossa infância mais vezes do que pensamos. A importância que esta fase tem na vida adulta está provada, valendo a pena dedicarmos a nossa atenção e carinho às crianças que são responsabilidade de todos e todas nós. Nas Arcadas do Bettencourt estão patentes trabalhos de Juan Cabello Arribas, "Ecossistemas Familiares", que nos levam a refletir sobre questões importantes nos dias de hoje, como as da infância, da ecologia, das migrações, da igualdade. Na celebração dos 60 anos da Fundação Zino, a arte e a cultura foram a fórmula encontrada para servir como ferramenta que conduz à interação e à inclusão. Com o apoio da CMF, a Fundação Zino leva a cabo o belíssimo trabalho "O Sol Marca a Sombra", inspirado no herbário de Lourdes Castro.
"Partilhas Francas": um conjunto de trabalhos de diferentes artistas que não só dão visibilidade a algumas obras do espólio dos museus municipais, como levam diferentes artistas a dialogar com elas, desafiando para processos criativos e levando-nos ao questionamento individual e coletivo sobre realidades deste século XXI. Na teia do Teatro Baltazar Dias, na Galeria Marca de Água, no Museu Henrique e Francisco Franco, no Museu A Cidade do Açúcar, na capela da Boa Viagem, na Torre da CMF podem apreciar-se as exposições com trabalhos de Gonçalo Gouveia, Diogo Goes, Martinho Mendes, Teresa Jardim, Hélder Folgado e João Almeida.
Em Lisboa, associada à celebração dos 30 anos da Porta 33 e ao trabalho notável que tem feito em prol da Cultura, a CMF aceitou o repto que as Galerias Municipais de Lisboa e a Porta 33 lançaram e investiu financeiramente na apresentação fora da Região do trabalho de 17 jovens artistas. "Na Margem da Paisagem está o Mundo". Já em 2019 a CMF tinha apoiado a Porta 33 na concretização do "Ilhéstico", dando-se visibilidade no Funchal ao trabalho de 45 artistas regionais.
Temos apostado de forma intencional na Cultura, pois ela ajuda-nos a pensar e questiona-nos com intensidade. Pode proporcionar-nos a saída de labirintos em que nos enredamos e dos quais temos dificuldade em sair. Pode igualmente ajudar-nos a perceber que perdermo-nos também é caminho, tal como Clarice Lispector escreveu e André Viamonte lembrou no concerto "My story My song".