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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

2/06/2024 08:00

Não andei muito longe da verdade, quando, na noite de 26, percebi, logo ali, que a procissão ainda ia no adro. Sim, a contagem dos votos indicava o vencedor. Mas não obrigatoriamente quem iria governar e com quem! Voltou a ser, portanto, necessário pegar na calculadora com uma mão e, com a outra, encostar o telemóvel ao ouvido...

“Ora bem”, pensou Miguel Albuquerque. “19 para 24 faltam 5”. 11 do PS não eram hipótese. 9 do JPP, também não. Pelo menos até às 5h da manhã porque o seu Secretário Geral já tinha dito que ia fazer oó e só estava desperto por volta dessa hora. O Chega? Porque não? O Presidente do Governo, que não sei se ultimamente foi acompanhado por algum(a) terapeuta da fala, mas está agora muito mais aberto ao diálogo, foi sempre dizendo que, com ele, não existiam linhas vermelhas. Porém, pelo sim pelo não, o melhor era ligar primeiro para o CDS. Sim, porque aposto que o meu amigo José Manuel Rodrigues já estava com som no telemóvel. E bem alto, por sinal. Afinal de contas tinha conseguido eleger um extenso grupo parlamentar e isso fazia com que se pudesse voltar a poder dar ao luxo de contar escudos.

Só que, desta vez, mesmo com esses dois tostões, as contas ainda não batiam certo. 21 não são 24! Faltavam então apenas a Mónica Freitas e o Nuno Morna. A primeira, persona non grata, só seria “convidada” se fosse completamente imprescindível. Já o segundo, que é enorme, mas não vale por mais do que um, já tinha garantido que “com Miguel Albuquerque, não era não”. Com o PS tão-pouco. E até agora tem cumprido na íntegra. Bravo! No meio desta balbúrdia tem parecido, a par do Chega, querer assumir o papel de adultos da assembleia. Quem diria?!

Resultado? Aparentemente teremos um governo minoritário com “votação e debate ponto a ponto”. Será isso mau?! Não sei. Vamos ver. Tenho para mim que, havendo responsabilidade de todos, dificilmente quereremos outra coisa. Pelo menos, tentar não custa. Não creio que será por isso que iremos deixar de ser o melhor destino insular do mundo. Que o Porto Santo deixe de ter a melhor praia da Europa. Que os preços das casas destinadas a estrangeiros baixem. Ou que alguns dos “nossos” hotéis voltem a querer receber madeirenses...

Na pior das hipóteses podemos ter é mais um abandono! O que é raro, diga-se. Só que acontece muitas vezes. Em 3 eleições, foram 3 vezes. Sim, desta feita, foi Cunha e Silva que saiu de fininho... Em 2019 tinha sido Tranquada Gomes. Em 2023, José Luís Nunes (sim, o Senhor meu pai, e que aproveito para agradecer a exclusão). Desta vez, foi o responsável pela colocação do Lugar de Baixo no mapa. E, ao contrário dos outros, este último teve até direito a comunicado com demonstração de compaixão...

“O PSD/Madeira e o Grupo Parlamentar do PSD/Madeira estão solidários, tal como sempre estiveram, com o Presidente da Mesa do Congresso Regional”. Ohhhh. Que fofos!

“A sua não indicação para candidato a Presidente da ALM prendeu-se com uma questão política que é do conhecimento público, de modo a que fosse possível garantir a estabilidade e a governabilidade da Região, prioridades assumidas desde a primeira hora pelo Partido”. Vá. Não me façam chorar.

“O PSD/Madeira e o Grupo Parlamentar do PSD/M reconhecem e enaltecem os grandes serviços que o Dr. João Cunha e Silva tem prestado ao Partido”. Pronto. Sniff sniff. Alguém tem lenços?!

Ps, já pensaram que se a “oposição” toda disser que não viabiliza um Governo com Miguel Albuquerque, o próximo a levar um louvor destes pode ser ele?! E o agora “agraciado” é o número 2?! Hum hum...

Já estou como o Élvio Diabo Sousa que, não há muito tempo, pedia que “entre PS e PSD” viesse o diabo e escolhesse. Agora sou eu. Entre um e outro, Deus queira que sejamos chamados novamente a votos...

Ps ps, estou, neste preciso momento, fora da Região e fui informado que o Secretário Regional da Saúde teve um AVC (Acidente Verbal Colossal). Diz, quem ouviu, que lhe saiu da boca um: “Anormais, incompetentes e canalhas não têm lugar nesta terra”. Eishhhh. E agora?! O que faço? Volto? Não volto? Terei Governo quando aterrar? Julgar-me-ei nas Desertas? Não faço ideia... Seja o que Deus quiser.

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