O cabeça de lista do Alternativa Democrática Nacional (ADN) às eleições regionais de domingo na Madeira, Miguel Pita, vincou hoje que é necessário defender o serviço público regional, rejeitando uma eventual privatização da RTP.
“O ADN escolheu hoje a RTP para fazer uma ação de campanha, porque realmente os jornalistas são os que ouvem os problemas das outras classes profissionais e esquecemo-nos que eles também são uma classe profissional e também têm os seus problemas”, afirmou Miguel Pita, em declarações à agência Lusa.
Após uma reunião com a comissão de trabalhadores da RTP/Madeira, na qual o partido ouviu as principais dificuldades da empresa, o candidato destacou as “cerca de duas dezenas de funcionários que estão em tribunal” por serem trabalhadores precários, a falta de meios humanos e a “discriminação” salarial face à RTP nacional.
Questionado sobre o que pode o partido fazer relativamente ao tema, Miguel Pita respondeu que “é preciso ter na Assembleia [Legislativa] Regional algum partido que defenda o serviço público regional”, no qual se inclui a RTP.
Referindo-se a uma eventual privatização da RTP/Madeira, o cabeça de lista disse que seria “o fim do serviço público e o fim da transparência do serviço da comunicação”, acrescentando que “o ADN é contra a possibilidade de algum dia a RTP vir a ser privatizada”.
Miguel Pita reforçou que o seu partido, caso seja eleito, vai defender no parlamento regional o jornalismo e o serviço público, nomeadamente os jornalistas com vinculo precário.
“Muitos trabalham há vários anos e desempenham as suas funções e não têm qualquer vínculo laboral”, apontou.
O ADN foi o partido menos votado, em 13 candidaturas, nas últimas eleições regionais, tendo obtido 617 votos, o que correspondeu a 0,47% do total.
As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.