Francisco Gomes, deputado madeirense do Chega na Assembleia da República, nas jornadas parlamentares do partido, abordou a situação que está a atravessar o setor das pescas, nomeadamente no que toca à redução das quotas de pesca, sobretudo do atum, aludindo “às grandes dificuldades que tal tem causado na vida dos pescadores, das suas famílias e das comunidades piscatórias, em geral”.
“O setor das pescas tem sido completamente negligenciado pelo governo da República, que, há décadas, não tem feito um esforço sincero para valorizar a atividade e as comunidades que dela dependem. Pelo contrário, tem tratado os pescadores com enorme desprezo e condenado o setor ao desaparecimento, com a sua falta de empenho”, referiu o parlamentar.
Francisco Gomes destacou, na ocasião, o que considera ser “a vulnerabilidade” das águas portuguesas à pesca ilegal, “muitas vezes praticada por embarcações com bandeira estrangeira”. O deputado deu como exemplo o que se passou recentemente nos Açores, “onde embarcações com bandeira chinesa foram detetadas, mas depois desmentidas pelo governo da República”. O madeirense diz que “não ficou convencido” e insiste na “fragilidade” das águas nacionais.
“O país não tem os meios necessários para defender a sua Zona Económica Exclusiva, deixando as nossas águas expostas a ações ilegais que prejudicam os nossos pescadores e esgotam os nossos recursos. Os nossos mares estão a saque e o governo não parece estar interessado em protegê-los, mas apenas em atacar quem denuncia o óbvio!”, vincou.
Considerando a defesa das pescas “uma prioridade política”, o deputado realçou a necessidade de “soluções específicas, eficazes e urgentes para enfrentar os desafios que afetam o setor”, devolvendo aos pescadores “a dignidade que merecem”, mas que, a seu ver, “tem-lhes sido negada”.
“Precisamos de garantir o aumento das quotas de pesca, quotas específicas para as regiões autónomas e a possibilidade de fazer troca com as quotas de outros estados europeus. A juntar a isto, é urgente que se reforcem os meios de supervisão e defesa dos mares, que estão a ser violados por pescadores estrangeiros, incluindo nos Açores e na Madeira”, aditou.
A concluir, Francisco Gomes frisou que “para salvar o setor das pescas, é urgente um compromisso mais forte por parte das autoridades nacionais, que devem olhar para o mar com seriedade e como um ativo estratégico, e não como um problema secundário”.
“As pescas representam a vida e o sustento de milhares de famílias em Portugal, quer no continente, quer nas regiões autónomas. É nossa responsabilidade, enquanto representantes da população, garantir que este setor não se afunda ainda mais e que a irresponsabilidade com que os governos têm tratado os pescadores acaba rapidamente”, rematou.