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JPP diz que “cresce a revolta” dos bananicultores contra a GESBA

Data de publicação
28 Agosto 2024
12:24

“Estão por contabilizar os danos causados aos bananicultores que, nos últimos dias, passam por um verdadeiro tormento que é esperar, horas a fio, para entregar a banana na GESBA – empresa pública que gere o setor”.

Quem o diz é o JPP que sublinha que isto mesmo foi confirmado pelos agricultores ao deputado do Grupo Parlamentar do partido, Paulo Alves, que esteve em contacto direto com os produtores na Ponta do Sol e diz ter presenciado os sinais de indignação e desânimo.

“A GESBA não apresenta qualquer solução imediata para o grave problema. Pelo contrário, segundo os contactos do JPP, a situação deverá agravar-se nos próximos tempos. De acordo com as informações recolhidas pelo deputado, houve produtores que, na passada segunda-feira, pediram à GESBA para agendar o corte e entrega de banana, mas a empresa pública terá respondido que novos agendamentos só serão possíveis no mês de outubro – portanto, daqui a um mês”, indica, entendendo que está na hora da “incompetência” ser penalizada.

“Está na hora do setor primário ser respeitado, está na hora de acabar com os compadrios e ‘jobs for the boys’,”, diz, indignado, o parlamentar.

“Estamos na presença de uma enorme falta de respeito da empresa pública para com os agricultores, é um problema frequente todos os verões, com os camiões dos agricultores várias horas à espera, alguns chegam a ficar de um dia para outro, para descarregar a banana”, considera.

Paulo Alves fala de consequências diretas para os bananicultores, com a empresa pública a “sair incólume do problema de que é a única” responsável.

“Estas longas horas de espera em fila, implicam que a banana, além do calor que sofre, fique exposta ao sol por espencar, tenha perda de qualidade, baixe da classificação extra para primeira, e consequentemente dê menos ganho aos produtores”, explica.

“Quem irá compensar as perdas destes produtores pagando os prejuízos causados aos mesmos?”, e enuncia outra questão: “Alguém sabe onde está a secretária da Agricultura, Pescas e Ambiente? Alguém já a viu aqui, com os agricultores, ou só aparece para a fotografia colorida?”.

“Além das horas de espera, perda de tempo e de rendimento para os agricultores, há também a inflação nos preços dos fertilizantes”, dos adubos, combustíveis e mão-de-obra, que têm atingido valores recorde, “fatores que a GESBA e o Governo Regional continuam a não valorizar, a não aumentar os apoios necessários, pelo contrário, há um notório desprezo pela agricultura, pelos agricultores”, sublinha Paulo Alves.

O JPP lamenta que, sendo esta uma situação frequente todos os verões, o Governo Regional e a administração da GESBA nada façam para resolver o problema.

Já prevendo a repetição dos acontecimentos, o deputado do JPP, Rafael Nunes, em junho deste ano, no Parlamento, havia interpelado diretamente a secretária regional da Agricultura, Pescas e Ambiente sobre duas questões: a primeira, a de que “a falta de recursos era uma desculpa esfarrapada” porque o governo sabe da quantidade de banana que está por apanhar e pode prover os meios; a segunda, um pedido a Rafaela Fernandes para que assumisse o compromisso de que a situação não se repetiria. “A resposta da secretária regional é pública e notória”. “Está na hora de acabar com este e outros monopólios”, acrescenta Paulo Alves.

O JPP assume que continuará a liderar “a luta dos agricultores por melhor rendimento, qualidade de vida e dignidade pelo trabalho que fazem até em prol da paisagem”, e exige saber quais são os procedimentos que o Governo Regional e a GESBA estão a adotar para resolver “este problema crónico”.

Ou, se pelo contrário, conforme confirmou o deputado Paulo Alves junto dos agricultores, fingem não ouvir os protestos e as preocupações justas; a não atenderem o telefone quando ligam para a GESBA; a acharem normal fila com 30 carros para descarregar banana; que esses carros estejam dois/três dias ao sol com a banana a perder qualidade para depois pagarem a um preço mais baixo ou enviá-la para a Meia Serra.

Enquanto aguardam por respostas às perguntas mencionadas, o JPP propõe algumas soluções para o imediato, tais como: reabrir urgentemente o armazém da Madalena do Mar e as suas duas linhas; contratar, no mínimo, 18 a 20 pessoas para trabalhar e não administradores; que toda a recolha de banana dessa zona seja depositada nesse armazém, resolvendo deste modo o problema da zona Oeste.

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