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Marinha oferece “experiência única” a jovens madeirenses

Lígia Neves

Jornalista

Data de publicação
18 Setembro 2024
9:04

Com o objetivo de colmatar a “diminuição de candidatos” à Marinha Portuguesa, transversal a todas as Forças Armadas, decorrem até ao próximo dia 30 de setembro as candidaturas endereçadas a jovens madeirenses que queiram exercer funções na Região.

Em entrevista ao JM, o comandante da Zona Marítima da Madeira (ZMM), Rui Teixeira, evidenciou que, embora ainda não esteja fixado um número de vagas a preencher, “este é um projeto piloto que está a ser conduzido pela primeira vez na Madeira”.

“É uma iniciativa pioneira, destina-se a jovens madeirenses que pretendem adquirir formação profissional na Marinha e, simultaneamente, prestar esse serviço profissional na sua área de residência”, esmiuçou.

Após as candidaturas, seguir-se-ão as provas de seleção e classificação, posteriormente a incorporação, Juramento de Bandeira e, por fim, o Curso de Formação de Praças, no Alfeite, na Basa Naval de Lisboa, a decorrer durante cinco meses, ou seja, até maio de 2025. “Logo a seguir regressam à Região e são colocados ou em terra, no Comando da Zona Marítima da Madeira, ou na Unidade Naval que estiver atribuída à Região”, explicou o comandante, referindo que fará a gestão do local de prestação de serviço, dependendo da quantidade de efetivos necessários em cada uma delas.

À data da entrevista, o comandante deu conta de que haviam sido efetuados 27 registos na plataforma de candidatura, dos quais resultaram 12 potenciais candidatos. “O objetivo é, até ao final do mês, fazer um incremento em termos de divulgação” de modo a chegar a um maior número de interessados, expressou.

  • Os militares colocados poderão prestar serviço em terra ou em Unidade Naval.

Vantagens da Marinha

Embora reconheça que “atualmente o mercado de trabalho é muito concorrencial, no qual os jovens têm muito mais oferta, mais informação e se calhar entendem que a vida militar, pelas suas características, não se coaduna tão bem com aquilo que são os objetivos que têm”, o comandante não deixou de enaltecer que “este processo de recrutamento também tem essa vantagem”.

O programa “permite aos jovens adquirir uma experiência, ter um conhecimento da instituição e, eventualmente, ficar mais esclarecidos relativamente àquilo que são as funções de um militar e nós acreditamos que depois de prestarem serviço na Marinha, durante algum tempo, vão acabar por ingressar nos quadros”, manifestou Rui Teixeira, esclarecendo que os colocados vão entrar em regime de contrato, com o mínimo de três anos, “mas, se quiserem prolongar a sua missão, podem fazê-lo por mais três anos, no total de seis anos”. Posteriormente, se reunir as condições adequadas, a pessoa pode decidir ingressar para os quadros.

O comandante vinca que a profissão de militar na Marinha “é muito diferenciada” e permite a homens e mulheres “uma experiência de vida única”. “No meu caso em particular, tive a oportunidade de conhecer o mundo, de navegar, de ter a experiência da vida a bordo, que é completamente distinta daquilo que fazemos no nosso dia a dia. Tive a felicidade de comandar navios e isso é uma situação única. Naturalmente que é uma vida que, por vezes, implica algumas restrições em termos familiares, mas aquilo que a Marinha nos proporciona acaba por se sobrepor a tudo o resto. É uma experiência enriquecedora e fantástica”, enfatizou.

“O facto de podermos salvar vidas, conseguirmos dar apoio a quem necessita de nós, é muito compensatório”, rematou.

Refira-se que também o JM teve uma oportunidade única, no decorrer desta entrevista. De modo a ilustrar aos nossos leitores um trecho da vida da Marinha, estivemos a bordo do navio NRP Tejo, onde nos foi possível conhecer as instalações onde alguns dos novos jovens irão exercer funções.

  • Marinha oferece “experiência única” a jovens madeirenses
Requisitos
- Ter entre os 18 e os 24 anos;
- Nacionalidade portuguesa;
- 9.º ano mínimo de escolaridade;
- Possuir aptidão física e psíquica adequada;
- Não ter sido condenado criminalmente em pena de prisão efetiva;
- Ter a situação militar regularizada;
- Ser titular de mérito favorável, relativamente ao período de serviço militar eventualmente prestado;
- Vontade de manter proximidade com o Arquipélago da Madeira.
  • O concurso destina-se à categoria de praças.

Apoio aos candidatos

Rui Teixeira deixou claro que o organismo apoiará os candidatos em diferentes aspetos. “Quer as viagens dos candidatos para o continente, para prestar provas, para ir às várias fases de concurso, quer o alojamento e a alimentação, são por conta da Marinha”, frisou.

  • Rui Teixeira salienta que “salvar vidas” e “dar apoio a quem necessita” é “muito compensatório”.

Outros concursos

Além do recrutamento de jovens que queiram permanecer na Madeira, a Marinha Portuguesa tem abertos outros concursos. Rui Teixeira referiu outras modalidades de ingresso, destinadas a quem tenha interesse em servir no continente ou noutra área onde a Marinha se faça representar, na categoria de praças: para o serviço naval, sob especialidade informática, para mergulhadores, para fuzileiros; e para oficiais em regime de contrato. “Oficiais em regime de contrato são jovens que tenham mestrado ou licenciatura em algumas áreas que depois são identificados no processo concursal”, explicou, por fim.

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