O Sindicato Nacional da Proteção Civil, em comunicado, exige “responsabilidades” e pede a demissão do presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM, António Nunes e do Secretário Regional da Proteção Civil, Pedro Ramos.
“É com profunda indignação e preocupação que o SNPC está a acompanhar o trabalho dos operacionais neste incêndio e assim, nos dirigimos à população da Madeira e às autoridades competentes para expressar a nossa total insatisfação com a gestão do incêndio que tem devastado a ilha da Madeira nos últimos sete dias. Não podemos andar a protelar pedidos de ajuda nem podemos exigir aos homens e mulheres que combatem as chamas nestes últimos dias que continuem nesta grande dificuldade física e psicológica de combate a incêndios sem que se se recorra a auxílio externo. Não entendemos por que razão ainda não foi invocada a ajuda de Protocolo com as Ilhas Canárias (...)”, refere o sindicato.
O órgão sindical considera “inadmissível” que, após uma semana, o incêndio continue ativo e se tenha intensificado, “sem que sejam visíveis medidas eficazes para controlar e extinguir este flagelo”. Este cenário “de desolação e destruição” é, para o sindicato, “inaceitável”, e revela “uma clara falta de liderança e competência por parte daqueles que deveriam zelar pela segurança e bem-estar da nossa comunidade”.
“A Proteção Civil, tanto a nível local quanto regional, tem a responsabilidade de agir prontamente e com eficácia em situações de emergência”, vinca, acrescentando que, “no entanto, o que temos assistido é a uma resposta tardia, desorganizada e insuficiente, que coloca em risco vidas humanas, património natural e a segurança de todos os madeirenses”.
Perante esta situação que considera crítica, e pela “manifesta incapacidade em gerir esta emergência com a devida competência e celeridade”, o sindicato exige a “imediata demissão” de António Nunes e Pedro Ramos. “A continuidade destes dirigentes nos seus cargos só servirá para agravar a desconfiança da população e comprometer ainda mais a capacidade de resposta a futuras crises”, justifica.
“Esperamos que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para proceder a estas substituições de forma rápida e transparente, garantindo assim que a Proteção Civil seja liderada por indivíduos verdadeiramente capacitados para proteger e servir a nossa comunidade”, acrescenta.
Por fim, o SNPC questiona se “os bombeiros têm veículos em quantidade e operacionalidade, adequados à realidade do risco da RAM e se o número de bombeiros é suficiente e estão bem equipados para este e outros tipos de eventos graves, com impacto crítico na ilha”.