Sofia Canha, deputada do PS-Madeira à Assembleia da República, abordou, hoje, a direção do Conselho Económico e Social (CES) a propósito dos níveis de pobreza e das desigualdades existentes nas Região Autónoma da Madeira, realidade que decorre de quase 50 anos de governação social-democrata.
No âmbito da discussão na especialidade sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2025, a parlamentar socialista apontou para o facto de o próprio CES alertar para as disparidades regionais em termos do nível do risco de pobreza, com ambas as Regiões Autónomas a registarem, em 2023, níveis acentuados, acima da média nacional, que é de 20,1%.
Como adiantou, a Madeira tem um PIB superior a 75% da média da União Europeia, apresenta um nível de risco de pobreza de 28,1% (o segundo maior do país), tem os salários médios mais baixos, mas os preços da habitação são dos mais elevados a nível nacional. “A Região tem um PIB elevado, mas um poder de compra per capita baixo, o que revela a enorme desigualdade económica e social. Depois de 50 anos de governos do PSD, o que temos é uma região que não só manteve as desigualdades sociais, como as acentuou. Ou seja, a Madeira é uma região rica, mas cheia de pobres”, declarou, questionando como é que, no entender do CES, esta disparidade pode ser explicada.
Reforçando o facto de, apesar de ter um PIB superior à média da UE, a Madeira apresentar um elevado risco de pobreza, Sofia Canha confrontou o CES acerca da revisão da Lei de Finanças Regionais, questionando em que termos é que a alteração da lei poderia introduzir critérios para reduzir as grandes desigualdades existentes.