Na reta final das eleições intercalares norte-americanas, o Partido Democrata mobilizou no apoio à campanha da governadora de Nova Iorque, em luta renhida com o adversário Republicano,'estrelas' como a vice-presidente Kamala Harris e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.
"Esta não é apenas uma escolha entre dois candidatos - é uma escolha entre duas ideias muito diferentes. Esta é uma eleição sobre quem somos como Estado e país e sobre o tipo de futuro que queremos", disse Clinton perante cerca de 350 pessoas, na maioria jovens mulheres estudantes, ao final da tarde de quinta-feira na Barnard College, uma faculdade privada de artes para mulheres localizada em Manhattan.
O comício de campanha era favor da também democrata Kathy Hochul, que tenta manter-se no cargo de governadora de Nova Iorque e que as sondagens colocam numa corrida apertada contra o republicano Lee Zeldin, mas as principais atrações do evento eleitoral - anunciado como um "Comício das Mulheres" e que obrigou a uma segurança apertada do local - foram Kamala Harris, a primeira mulher a ser eleita para o segundo cargo mais alto do país, e Hillary Clinton.
"Eles [republicanos] querem mais armas nas ruas, querem mais poder para os super ricos e menos poder para todos os outros. Temos de os responsabilizar por isso e a forma de o fazermos é garantir que Kathy Hochul permanece no cargo", acrescentou Clinton, a primeira mulher a ser candidata presidencial de um grande partido e a primeira senadora de Nova Iorque.
Tocando na economia, um dos temas que mais preocupa os norte-americanos, a ex-secretária de Estado repetiu argumentos usados esta semana pelo Presidente, Joe Biden, de que se os republicanos obtiverem o poder no Congresso irão cortar a segurança social e o 'Medicare', sistema público de seguros de saúde.
"Não sei como é que alguém que se preocupa com a economia votaria num candidato que se posiciona contra programas de apoio à economia das famílias", criticou Hillary Clinton.
A ex-candidata presidencial não deixou de fora o aborto, um dos temas que mais tem mobilizado a juventude norte-americana após o Supremo Tribunal ter revertido, em junho último, a sua constitucionalidade.
De acordo com Clinton, o adversário de Kathy Hochul, e os Republicanos em geral, querem "mover os ponteiros do relógio para trás, para reverter os direitos das mulheres".
Na próxima terça-feira, Kathy Hochul pode tornar-se a primeira mulher a ser eleita governadora de Nova Iorque, depois de se ter tornado na primeira mulher a ocupar este cargo em agosto de 2021, na sequência da renúncia de Andrew Cuomo à função devido a uma polémica de assédio sexual.
Já Kamala Harris alertou que resta pouco tempo "para fazer algo muito grande, que é eleger Kathy Hochul".
"Vamos precisar de pessoas que tenham a coragem de se levantar e lutar contra o que está a acontecer", acrescentou Harris.
A presença de nomes sonantes dos Democratas acontece num momento em que a disputa entre Hochul e Zeldin é acirrada, num estado que tem duas vezes mais democratas do que republicanos.
Trata-se um último esforço para tentar levar mais democratas às urnas, especialmente o eleitorado feminino.
Além de Clinton e Harris, participou no comício??????? também a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, outra figura progressista influente, colocando nas jovens ali presentes a "esperança" de que Hochul será eleita.
"Se querem um grande trabalho bem feito, deem-no a uma mulher", disse Letitia James.
"Para todos vocês, mas particularmente para as mulheres de Nova Iorque, este é o nosso momento", afirmou, por sua vez, Kathy Hochul ao subir ao palco ao som da música "Girl On Fire", de Alicia Keys, que se misturou com os aplausos e gritos de apoio da plateia feminina.
Pouco antes do início do evento, apoiantes de Lee Zeldin - aliado do ex-presidente Donald Trump - protestaram em frente ao Barnard College, gritando: "nós trabalhamos pela nossa liberdade, estamos dispostos a morrer pelo nossa liberdade, pelo que é que você está disposto a morrer?".
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Lusa