O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje inexplicável e indesculpável a morte de um adolescente de 17 anos, vítima de um disparo à queima-roupa efetuado pela polícia na periferia de Paris.
"Nada. Nada justifica a morte de um jovem", declarou o chefe de Estado, evocando "a emoção de toda a nação" e manifestando "respeito e afeto" pela família da vítima.
"Temos um adolescente que foi assassinado, é inexplicável, indesculpável e, antes de mais, estas são palavras de afeto e de dor partilhada com a família", disse hoje Emmanuel Macron aos jornalistas .
O jovem de 17 anos foi morto depois de se ter recusado a obedecer a um controlo rodoviário em Nanterre, a oeste da capital francesa.
O agente da polícia, presumível autor do disparo, encontra-se detido.
O Presidente francês disse que as forças da ordem são constituídas por "homens e mulheres que vêm de todos os distritos da República e que estão empenhados em proteger e servir" o país acrescentando que o caso está a ser investigado.
"O assunto foi imediatamente remetido para as autoridades judiciais: espero que façam o trabalho com a rapidez e a calma que esse trabalho exige, e que a verdade possa ser apurada o mais rapidamente possível", acrescentou o Presidente.
Entretanto, o Governo francês vai mobilizar dois mil polícias e gendarmes para o bairro de Nanterre, periferia de Paris, após a noite de distúrbios que sucedeu à morte do jovem de 17 anos pelas forças de segurança.
Na última noite foram detidas em Nanterre 31 pessoas na sequência de confrontos que provocaram ferimentos a 40 polícias.
Em Nanterre, após a morte do jovem, quarenta veículos foram incendiados.
As autoridades temem que venham a verificar-se novos distúrbios em Nanterre assim como em outros pontos da capital francesa.
O autarca de Nanterre, Patrick Jarry, pediu hoje a "clarificação das circunstâncias da tragédia (morte do jovem de 17 anos)" e pediu calma aos habitantes da zona.
A autarquia já forneceu às autoridades policiais as imagens do momento em que o jovem é alvejado e que foram captadas pelas câmaras de vigilância.
Lusa