Os chefes da diplomacia norte-americana e britânica reafirmaram hoje, durante uma visita conjunta a Kiev, o seu compromisso com a Ucrânia, que insiste na pressão ao Ocidente para usar armamento de longo alcance para atacar território russo.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, observou que a visita surge “em momentos desafiantes”, à medida que o Exército russo progride na frente leste da Ucrânia, na província de Donetsk, e realiza bombardeamentos intensivos contra as infraestruturas ucranianas.
No mesmo sentido, o homólogo britânico, David Lammy, alertou que o conflito, iniciado em fevereiro de 2022, atravessa uma fase “crítica”, quando a Ucrânia enfrenta a intensificação dos ataques de Moscovo ao mesmo tempo que mantém há mais de um mês uma ofensiva terrestre na província russa de Kursk.
Os governantes norte-americanos e britânicos chegaram hoje a Kiev para confirmar o compromisso dos seus países com a “vitória” da Ucrânia e, em particular, para discutir uma redução nas regras sobre o uso de armas ocidentais contra a Rússia, numa altura em o Ocidente dirige sanções contra o Irão por ceder mísseis balísticos a Moscovo.
Antony Blinken defendeu que esta viagem demonstra o apoio “com a vitória da Ucrânia”, enquanto David Lammy prometeu o apoio britânico até ao fim desta guerra de “agressão e imperialismo russo” e deixou a garantia de que Londres está a reservar o equivalente a 2,7 mil milhões de euros para apoiar os esforços militares de Kiev.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua a exigir ao Ocidente armas com maior poder de fogo e menos restrições à sua utilização, tendo o seu homólogo americano, Joe Biden, entretanto apenas comentado: “Estamos a pensar nisso enquanto falamos”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avisou hoje por seu lado que a Rússia teria uma resposta “apropriada” se a Ucrânia fosse autorizada a usar armas contra o seu território.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, disse a Lammy que esperava que um acordo sobre o uso de equipamentos de longo alcance pudesse ser alcançado, descrevendo a reunião com o britânico como intensa, mas sem dar detalhes.
A visita dos chefes das diplomacias de Londres e Washington à capital ucraniana ocorre dois dias antes de uma deslocação do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, aos Estados Unidos, onde se irá avistar com Joe Biden na Casa Branca.