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Ucrânia: Marcelo e Montenegro defendem importância da conferência para paz como “primeiro passo”

Data de publicação
12 Junho 2024
15:17

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defenderam hoje, em Berna, a importância da conferência para a paz na Ucrânia agendada para o próximo fim-de-semana na Suíça como “um primeiro passo”.

Em declarações à imprensa após um encontro com a presidente da Confederação Suíça, Viola Amhed, na qual a conferência foi um dos assuntos abordados, tanto Montenegro como Marcelo desvalorizaram o pouco sucesso que se prognostica para a cimeira – que não contará com a participação da Rússia -, sustentando que se trata de um “ponto de partida muito importante” que tinha de ser dado em algum momento.

“Tem de se perceber que esta cimeira é a primeira de várias cimeiras. Tinha de haver uma cimeira, a primeira, e a Suíça avançou, e avançou muito bem”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que chefiará a delegação portuguesa à conferência de 15 e 16 de junho em Burgenstock, acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Também sobre o facto de nem todas as cerca de 90 delegações presentes estarem representadas ao mais alto nível, Marcelo Rebelo de Sousa observou que “na primeira cimeira os países podem estar representados pelos chefes de Estado, outros por chefes de governo, outros por ministros dos Negócios Estrangeiros, e outros, como Portugal, pelo chefe de Estado e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros”, mas, prosseguiu, “o que interessa é que se dê este primeiro passo”.

“Se não se dá o primeiro passo num processo que é para a paz, aí perde-se o que é um caminho fundamental que todos desejamos”, concluiu.

Também Luís Montenegro disse acreditar que todos têm “o dever de fazer um esforço de valorização da cimeira, por um lado, e não a tentar diminuir, mesmo até nas noticias, antes de ela se realizar”, acrescentando que “este ponto de partida é muito importante”.

“Nós temos uma esperança firme de que a cimeira pode contribuir para iniciar um caminho como ela própria se designa de paz. E Portugal tem dado o exemplo, não só porque vai estar representado ao mais alto nível, por sua excelência o senhor Presidente da República e também ao nível do Governo pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e por todas as ocasiões que nós não desperdiçamos de sensibilizar outros países para poder participar”, declarou.

“E, naturalmente, como país que luta e preserva a paz, que, na União Europeia, nas Nações Unidas, na CPLP, tem estado sempre na linha da frente da sensibilização para podermos ter paz na Ucrânia, nós vamos dar o exemplo e temos dado o exemplo”, disse, acrescentando ainda que, juntamente com o Presidente da República, tiveram ambos oportunidade de “agradecer também o empenho da Confederação Helvética, da Suíça, na promoção deste encontro”.

A «Conferência de alto nível sobre a paz na Ucrânia», que terá lugar na estância de Burgenstock, nos arredores de Lucerna, juntará representantes de mais de 90 países e organizações, mas sem a participação da Rússia nem da China, sendo mais de metade das delegações da Europa.

O objetivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido da Ucrânia, e para a qual haviam sido convidadas 160 delegações de todo o mundo, é “inspirar um futuro processo de paz”, tendo por base “os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional”.

A Ucrânia espera obter nesta conferência um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspetiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia.

Entre os participantes contam-se o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Entre os ausentes, destaque para a Rússia, que por diversas deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky – que prevê uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte de Moscovo e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos -, e acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias, mas também da China, um dos grandes aliados de Moscovo e visto como um intermediário fundamental para futuras conversações de paz.

Do grupo dos países de economias emergentes, também Brasil não participará, por considerar indispensável a participação de Moscovo, a presença de uma delegação da África do Sul continua incerta, e apenas a Índia confirmou a presença, mas desconhece-se a que nível de representação.

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