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Impacto de “forte violência” no rio Douro causou “destruição total” do helicóptero. Militar continua desaparecido

Data de publicação
31 Agosto 2024
14:41

O impacto do helicóptero que caiu ao Douro sexta-feira em Samodães (Lamego), com seis pessoas a bordo, foi de “forte violência” e causou a “destruição total da aeronave”, descreveu hoje o comandante regional da Polícia Marítima do Norte.

“Face àquilo que já encontramos e às imagens que temos registadas, tudo indica que [o impacto] foi de forte violência e causou a destruição total da aeronave”, afirmou Rui Silva Lampreia.

O comandante falava aos jornalistas depois da retirada do rio de parte dos destroços do helicóptero que na sexta-feira caiu ao Douro, em Samodães, concelho de Lamego, com seis pessoas a bordo, um piloto e cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.

Há, neste momento, um militar desaparecido, quatro mortos confirmados e o piloto sofreu ferimentos ligeiros.

“Face ao estado em que se encontra a aeronave, a violência do impacto foi bastante forte e causou praticamente a destruição, está quase irreconhecível diria eu”, acrescentou ainda Silva Lampreia.

Após a retirada dos destroços não foi, referiu o responsável, “detetado o corpo do militar que se encontra desaparecido”.

“Estamos a dirigir novamente a plataforma para fazer a recolha da cauda e assim que houver condições vamos continuar as buscas subaquáticas, aéreas e nas margens no sentido de localizar o militar”, explicou.

Segundo adiantou, os destroços da aeronaves acidentadas vão ser transportados para o hangar do aeródromo de Viseu, onde está localizado o serviço nacional de investigação de acidentes com aeronaves.

No rio, a área de busca será alargada de acordo com a evolução dos trabalhos.

Nesta operação estão envolvidos cerca de 200 operacionais, 15 embarcações na água e 40 viaturas de várias entidades, incluindo bombeiros, Forças Armadas e GNR.

A navegabilidade no rio Douro encontra-se interdita às embarcações de recreio.

O caudal do rio será mantido estável, depois de ter sido reduzido durante a noite, o que será feito em coordenação com as barragens existentes no rio.

Silva Lampreia explicou que o aparelho acidentado não possui caixa negra, mas sim um sistema que faz algum registo de dados que serão, depois, extraídos e analisados pelas autoridades competentes.

Quanto à investigação, adiantou ainda que hoje ainda será recolhido o testemunho do piloto da aeronave.

Questionado sobre uma alegada poluição das operações no rio Douro por causa dos combustíveis, respondeu que está envolvida nos trabalhos uma equipa de combate à poluição da Autoridade Marítima que está no batelão (embarcação com grua que está a retirar os destroços) para atuar caso haja derrame de óleo.

Nesta conferência de imprensa, que decorreu no posto de comando destas operações, localizado no cais de Lamego, também estiveram presentes o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e o chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo.

Gouveia e Melo adiantou que vão ser colocadas redes a jusante, no rio, para evitar que o corpo possa ser arrastado, funcionando como “uma barreira de retenção”.

“Quero manifestar um profundo pesar às famílias das vítimas, toda a minha solidariedade à GNR e manifestar o meu apreço pelo envolvimento tão empenhado de mais de 200 operacionais coordenados pela Policia Marítima para que se consiga também, agora, encontrar o corpo do último militar desaparecido”, afirmou, por sua vez, o ministro Nuno Melo.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.

O helicóptero acidentado, do modelo AS350 – Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.

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