A falta de habitação não é de hoje, é de sempre, mas adensou-se nos últimos anos pela inércia do Governo de António Costa, que agora prepara-se para resolver o problema cumprimentando com o chapéu alheio, ou seja, usando as habitações privadas para resolver um problema que é do Estado, violando os direitos de propriedade privada que existem no nosso país, constitucionalmente garantidos.
Nos últimos oito anos, em que o Partido Socialista é Governo, pouco foi feito para mitigar o problema da habitação. Houve, de facto, programas de apoio a construção e reabilitação, que não passaram de meros remendos numa problemática que requer soluções arrojadas e um forte investimento do Estado para ser solucionado.
Durante oito anos, fruto de um governo minoritário, que dependia de terceiros (PCP e BE), António Costa estava manietado nas suas intenções e nas suas ações, agora com maioria absoluta do PS, o Primeiro-Ministro prepara-se para fazer um verdadeiro assalto a propriedade privada dos portugueses, muito ao exemplo do que aconteceu no pós 25 de abril de 74, com as nacionalizações forçadas dos Governos de Vasco Gonçalves e que deixou feridas abertas na economia do país, algumas delas, ainda não sanadas.
O Estado socialista, idêntico a um polvo, prepara-se para estender os seus tentáculos ao fruto das poupanças e investimentos dos portugueses, e usando as palavras da ministra da habitação, Marina Gonçalves, "casa vazia em bom estado pode ser arrendada coercivamente".
Mais, num país fortemente marcado pela emigração, onde a maioria dos que saíram mantiveram ou, com esforço, adquiriram casa para o seu regresso à pátria mãe, agora, o Estado prepara-se para os apunhalar nas costas e lhes retirar coercivamente o seu património.
Confesso que esta decisão do Governo deixa-me preocupada, preocupo-me porque já vivi uma situação semelhante na Venezuela, e sinto que se a doutrina socialista imperar sobre a razão, a história irá, tragicamente, se repetir em Portugal.
E, a exemplo do que aconteceu na República Bolivariana, se estas medidas prosseguirem, o problema da habitação não será resolvido, mas se a insistência for cega, temo que estas medidas só irão agravar a situação social do país, mais desemprego, mais precariedade, menos investimento, menos segurança. Em suma, iremos ter uma Venezuela na Europa, um país sem rumo e sem estabilidade política e económica, um Portugal destinado ao fracasso!